Um estudo feito em São Paulo com dados de dez anos, de 2002 a 2011, mostrou que a chegada de frentes frias, reduzindo as temperaturas médias a menos de 15ºC, pode aumentar o risco de morrer por AVC (acidente vascular cerebral). O risco é maior quando o paciente é mulher e se eleva ainda mais quando ela tem 65 anos ou mais.
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A geógrafa Priscilla Ikefuti, 32 anos, uma das autoras do trabalho –que foi sua tese de doutorado–, diz que foram usados dados do ProAIM (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade), que revela as causas das mortes dos moradores da cidade, e as temperaturas médias.
“Para os moradores de São Paulo, identificamos que as temperaturas mais baixas tiveram influência no aumento de AVCs, principalmente quando elas ficam abaixo de 15ºC.”
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Nas tabelas nesta página, é possível ver o resultado dos cálculos feitos: quando a temperatura está entre 14,9ºC e 23,6ºC, o risco de morrer por AVC fica constante. Ele cresce quando os termômetros estão abaixo disso.
Ao longo dos dez anos, os pesquisadores observaram cerca de 2 mil mortes de mulheres por AVC a mais do que de homens.
Quando a pessoa tem mais de 65 anos, segundo Priscilla, o risco é maior do que na faixa etária de 35 a 64 anos. “Com a idade, o corpo tem dificuldade maior em regular temperatura corpórea.”
A pesquisa corroborou o que médicos já observavam. Segundo Octavio Pontes-Neto, Academia Brasileira de Neurologia, essa relação tem sido vista no AVC isquêmico e no hemorrágico.