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ONU destaca Brasil na luta contra fome no mundo

Apesar da queda, regiões africanas e asiáticas continuam enfrentando problemas | Spencer Platt/Getty Images
Apesar da queda, regiões africanas e asiáticas continuam enfrentando problemas | Spencer Platt/Getty Images

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O Brasil reduziu pela metade a população que sofre com a fome nos últimos 10 anos, segundo divulgou ontem, na Itália, a ONU (Organização das Nações Unidas). Com o resultado, o país cumpre um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, fixados pela organização para 2015.

O relatório da ONU aponta que o programa Fome Zero foi ponto fundamental para incluir o combate à fome na agenda política brasileira. Nos períodos de 2000 a 2002 e 2004 a 2006, a taxa de desnutrição no Brasil caiu de 10,7% para menos de 5%. Para a ONU o índice representa um marco para a superação da fome.

Embora tenha apresentado evolução, o quadro ainda  mostra que cerca de 3,4 milhões de brasileiros (1,7% da população) ainda não consegue se alimentar com frequência. Segundo a ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, as populações vulneráveis são formadas por índios isolados, quilombolas e moradores de rua. “São pessoas que não são atingidas por políticas nacionais. É um combate focalizado, muito difícil.”

Para a ministra, a distribuição de renda explica os números positivos. “Dos 19 milhões de pessoas que deixaram de passar fome no Brasil desde 1990, 15 milhões foram a partir de 2003.”

Relatório

O relatório preparado pela ONU e publicado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) tem o objetivo de mapear o estado de desnutrição pelo mundo.

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são uma lista de oito pontos que vislumbram traçar as premissas para melhorar as condições de vida das pessoas até o ano de 2015.

Obesidade é o novo problema

Para a ministra Tereza Campello, o principal desafio que o relatório traz é a diminuição do sobrepeso no país. Entre os dados divulgados pela FAO, chama a atenção o número de brasileiros acima do peso ideal (50,1% dos homens e 48% das mulheres acima de 20 anos) e de obesos (12,4% dos homens e 16,9% com mais de 20 anos).

Entre crianças com menos de 5 anos, o percentual de sobrepeso é de 7,3%.

Entre 2002 e 2003, as porcentagens têm crescido rapidamente. Nesse período, 41,4% dos homens adultos e 40,9% das mulheres adultas estavam com sobrepeso.

Segundo a ministra, o governo estuda medidas para estimular a diminuição do sódio e das gorduras nos alimentos. “O próximo passo é cortar o açúcar. Temos que incentivar uma alimentação saudável.”

Segundo ela, o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), do governo federal, já abastece escolas e creches com produtos da agricultura familiar.

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