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O enfermeiro suspeito de omissão de socorro no caso de um homem que morreu na porta de um hospital diz que não ajudou a vítima porque ela já estava sem vida. No dia 16 deste mês, o vigia Nelson França, de 48 anos, passou mal em frente ao Hospital Santo Expedito, na zona Leste de São Paulo, não foi atendido e morreu.
Nesta terça-feira, o delegado que investiga o caso ouviu os depoimentos de dois diretores do centro médico e de cinco funcionários. Um deles, o enfermeiro Leonardo Brambila, é visto nas imagens gravadas por uma mulher ao lado da vítima; ao final do inquérito, ele deverá ser indiciado.
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Ao delegado José Francisco Rodrigues Filho, ele afirmou que, naquela quarta-feira, orientou dois auxiliares de enfermagem a não atenderem França na rua. O vigia estava em uma lotação e, para o acusado, havia o risco de ocorrer um assalto na Avenida Jacú Pessego e a van deveria levá-lo para dentro da unidade.
O enfermeiro garantiu que não viu e não sabia que Nelson França tinha agonizado em frente ao centro médico. Segundo Brambila, tudo isso ocorreu em cerca de 20 minutos, contrariando o registro das imagens feitas por celular, que duraram um tempo bem maior.
Na saída da delegacia do Parque do Carmo, o advogado do enfermeiro, José de Mello, disse que o cliente não tem culpa. O delegado do distrito policial do Parque do Carmo quer saber por que o resgate foi acionado e socorreu a vítima, se ela já estava morta.
Para José Francisco Rodrigues Filho, o médico que constatou o óbito usou um método rudimentar verificando o pulso do vigia no pescoço. O profissional foi identificado como Adalto Obando, de 57 anos, nascido na Nicarágua e formado pela USP (Universidade de São Paulo).
Se o laudo sobre a causa da morte confirmar que a vítima morreu a caminho do hospital, ele também poderá ser responsabilizado. O enfermeiro Leonardo Brambila está afastado das funções; já a direção do hospital Santo Expedito negou que só atenda pacientes que tenham convênio.
A Polícia Civil ainda vai ouvir nos próximos dias a equipe de resgate do Corpo de Bombeiros que socorreu Nelson França. Também deverá prestar depoimento o vigilante que trabalhava na portaria do centro clínico na hora dos fatos.
O delegado responsável pretende, ainda, colher as declarações do restante da equipe médica que estava no hospital naquela noite.