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Fezes no rosto: especialistas reagem ao tratamento facial que viralizou nas redes sociais

Dermatologistas alertam para os altos riscos de infecção e outros problemas de saúde, destacando a importância de buscar orientação profissional

Foto: Reprodução/Redes sociais
Foto: Reprodução/Redes sociais

Uma prática inusitada e perigosa ganhou destaque nas redes sociais recentemente, quando uma mulher brasileira, Debora Peixoto, compartilhou um vídeo aplicando fezes no rosto. Segundo Debora, a intenção era hidratar a pele e rejuvenescer, após ter lido sobre um suposto estudo que sugeria benefícios nesse sentido. Conforme noticiado pelo O Globo, a publicação gerou grande repercussão, com muitos internautas questionando a autenticidade e a segurança desse método.

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Os perigos de usar fezes na pele

O dermatologista Abdo Salomão, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da American Academy of Dermatology (AAD), esclarece que o uso de fezes como cosmético é extremamente arriscado e desaconselhado. Ele explica que a presença de bactérias nos excrementos aumenta significativamente o risco de infecções na pele, podendo levar a problemas graves como erupções acneiformes, erisipela e até gastroenterite se as bactérias entrarem em contato com a boca.

Salomão enfatiza que, além de ser anti-higiênica, essa prática não tem qualquer respaldo científico ou benefício comprovado. Ele alerta que aplicar fezes no rosto é um procedimento perigoso e que não deve ser replicado de forma alguma. “Posso afirmar com total segurança que esse tipo de aplicação não tem garantia de segurança e nem de eficácia”, afirmou o especialista, recomendando que as pessoas evitem seguir esse tipo de tendência perigosa.

Confusão com estudo científico

Em sua defesa, Debora mencionou que a ideia de usar fezes no rosto veio de um estudo sobre a microbiota fecal, especificamente sobre um banco de fezes criado pela Universidade de Harvard. No entanto, Salomão esclarece que há uma grande diferença entre o uso terapêutico da microbiota purificada em um ambiente controlado e a aplicação direta de fezes in natura na pele. Ele destaca que o estudo citado por Debora não apoia, de forma alguma, a prática que ela promoveu.

Essa confusão ressalta a importância de entender corretamente a ciência por trás dos tratamentos antes de experimentar qualquer prática que possa colocar a saúde em risco. A internet é um espaço onde informações podem se distorcer facilmente, e é crucial buscar fontes confiáveis e consultar profissionais de saúde antes de aderir a qualquer tendência.

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