Filmes de terror psicológico não geram apenas sustos: eles geram obsessão. Para os fãs do gênero, não há nada mais viciante do que uma história que mexe com a pele, brinca com a mente e mantém o suspense constante sem a necessidade de monstros ou litros de sangue. Em vez de recorrer a clichês de terror, esses filmes focam na fragilidade mental de seus personagens, em tensões invisíveis que crescem até se tornarem insuportáveis. É por isso que cada vez mais plataformas de streaming estão se concentrando nesse tipo de produção: perturbadora, sofisticada e que deixa o espectador pensando muito depois de terminar.

Entre as produções mais arrepiantes dos últimos anos, ‘Noturno’ (2020), disponível no Amazon Prime Video, tornou-se uma joia escondida do terror psicológico contemporâneo. Com apenas 89 minutos de duração, este filme consegue o que muitos não conseguem: prender a atenção, o desconforto e o fascínio até o último segundo.
Quando o talento se torna uma maldição
‘Noturne’, dirigido por Zu Quirke em sua estreia na direção, faz parte da série Welcome to the Blumhouse, uma antologia de terror produzida pelo rei do gênero, Jason Blum. Mas não há casas mal-assombradas nem assassinos mascarados aqui: o que aterroriza é o talento, a inveja... e uma trilha sonora com conotações demoníacas.
A história acompanha Juliet Lowe, uma jovem pianista interpretada por Sydney Sweeney (Euphoria), que sempre viveu à sombra de sua irmã gêmea Vivian (Madison Iseman). Ambas frequentam uma academia de música de elite, mas enquanto Vivian é a estrela que já foi aceita na Julliard, Juliet é considerada apenas uma “acompanhante sensível”.

Tudo muda quando Moira, uma colega prodígio, misteriosamente entra em fúria, e Juliet encontra seu caderno: um caderno cheio de partituras estranhas, símbolos obscuros e teorias esotéricas.
Conforme Juliet começa a tocar as peças do caderno — incluindo a assombrosa Sonata do Trino do Diabo de Tartini — seu talento parece se multiplicar... mas a um alto custo psicológico. O que começa como uma oportunidade para brilhar se transforma em obsessão, visões perturbadoras e decisões cada vez mais sombrias.
Uma experiência assombrosa
‘Noturno’ utiliza elementos clássicos do terror psicológico de escolas de elite, como ‘Cisne Negro’, ‘Chicote Negro’ e ‘A Perfeição’, mas os reinventa com uma abordagem mais intimista e sobrenatural. A rivalidade entre irmãs, o desejo desesperado por reconhecimento e a pressão constante para se destacar criam uma atmosfera tensa que nunca parece forçada.

Embora o horror deste filme não venha dos sustos convencionais, ainda há momentos perturbadores: cenas oníricas, símbolos demoníacos, passagens alucinatórias e uma atmosfera crescente de paranoia. Julieta não só perde o controle sobre o que a cerca, mas também sobre sua própria mente, e Sweeney entrega uma atuação tensa, crua e emocionalmente complexa que eleva o roteiro, mesmo em seus momentos mais previsíveis.
O uso da música clássica como fio condutor também é brilhante: peças como o Concerto para Piano nº 2 de Saint-Saëns ganham um novo significado quando cercadas de ambição, ciúme e pactos obscuros. Aqui, tocar bem não basta: é preciso estar disposto a cruzar limites.
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Vale a pena assistir?
Com certeza. Se você gosta de thrillers psicológicos com estética refinada, atuações sólidas e um toque sobrenatural, ‘Noturno’ é uma adição imperdível à sua lista. Não é perfeito, nem pretende revolucionar o gênero, mas o que ele consegue em apenas uma hora e meia é mais do que suficiente para deixar você desconfortável.

