Em meio à Grande Depressão, quando Hollywood lançava filmes de gângsteres e as pessoas estavam preocupadas com seus empregos, o primeiro super-herói de todos os tempos não se limitou a distribuir doces: ele apareceu gritando “Eu sou o Campeão dos Oprimidos!” e começou a derrubar celas, derrubar lobistas e exigir reformas urbanas sem pedir permissão.
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Da tragédia familiar à revolução social
Nascido em junho de 1938 nas páginas de Action Comics #1, o Superman surgiu como o reflexo de um país cansado da pobreza e da injustiça. Seus criadores, Jerry Siegel e Joe Shuster, filhos de imigrantes judeus, canalizaram a raiva daquele jovem contra um sistema que oprimia as pessoas comuns.
A morte do pai de Siegel em um assalto à alfaiataria da família marcou o destino do personagem: poucos figurinos carregaram tanto ressentimento... ou tanto desejo de justiça.
“Reinado do Superman”: Origens Sombrias
Antes da capa azul, houve uma história de 1933 — Reinado do Superman — em que um cientista obcecado cria um ser telepático que o destrói sem hesitação, numa versão moderna de Frankenstein.
Aquela primeira versão, cheia de arrogância e punição, estava muito longe do campeão sorridente que conhecemos hoje; mas plantou a semente de um herói capaz de questionar tudo: de laboratórios secretos a intenções malignas escondidas atrás de ternos caros.
Vigilante urbano: além de monstros e vilões repletos de polpa
Os quadrinhos da década de 1930 ainda prosperavam com dinossauros e cientistas loucos, mas o Superman se concentrava em temas práticos: em Guerra em Sante Monte, ele confrontou um lobista corrupto subornando políticos; em Superman Combate a Morte no Subterrâneo, ele expôs exploradores em uma mina mortal; e em Superman nas Favelas, ele demoliu prédios dilapidados para forçar a construção de moradias decentes.
Sem sutileza? Claro, mas quão elegante foi a Depressão para tantas pessoas?
A Metamorfose do Homem do Amanhã
A transição para o rádio, o cinema e as histórias em quadrinhos distribuídas suavizou o justiceiro. Enquanto os Estados Unidos se preparavam para a Segunda Guerra Mundial, o foco mudou da crítica social direta para missões mais voltadas para a família: deter criminosos, derrotar vilões alienígenas e espalhar esperança com aquele sorriso característico.
Logo, o apelido “Big Blue Boy Scout” (Escoteiro Azul) se consolidou na cultura popular.
O radicalismo renasce nos quadrinhos modernos
No entanto, o espírito rebelde nunca morreu completamente. Em 2024, a linha mista “Superman Absoluto” recapturou o temperamento explosivo daquele primeiro campeão.
Jovem, furioso e relutante em se conter, o novo Superman liberta os mineiros brasileiros e desmantela corporações exploradoras com a mesma fúria dos anos 1930. Talvez, finalmente, o título “Campeão dos Oprimidos” volte a florescer... pelo menos nos quadrinhos.
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Com capa ou sem capa, o lado cru do Superman continua vivo: um lembrete de que até o herói mais brilhante pode, e às vezes deve, sujar as botas para construir um mundo mais justo.

