O apresentador Silvio Santos, de 93 anos, que morreu neste sábado (17), em São Paulo, foi candidato a presidente do Brasil nas eleições de 1989, mas por apenas dez dias. Inicialmente, ele tentou o lugar na chapa do PFL (hoje DEM), no lugar de Aureliano Chaves. Mas só conseguiu legenda no desconhecido e hoje extinto PMB (Partido Municipalista Brasileiro).
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Para isso, Armando Corrêa, candidato oficial do partido até então, renunciou duas semanas antes da disputa, para ser substituído por Silvio. Na hora de votar, então, o eleitor teria de escolher o nome de Corrêa para votar em Silvio, o que gerou reclamações do apresentador no horário eleitoral gratuito. “A maior dificuldade é que meu nome não aparece na cédula”, disse.
Ele chegou a ter, no breve tempo em que foi candidato, 30% das intenções de voto. Seus principais concorrentes eram Fernando Collor de Mello (PRN), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Paulo Maluf (PDS) e Leonel Brizola (PDT).
A candidatura, oficializada em 31 de outubro, foi impugnada pelo TSE em 9 de novembro daquele ano. Foram 18 pedidos de impugnação da candidatura, questionando a legalidade da nova filiação partidária, a renúncia de Corrêa e a regularidade do registro de Silvio no PMB.
Por sete votos a zero, o TSE entendeu que “Silvio Santos era inelegível por ser, de fato, dirigente de uma rede televisiva de alcance nacional, conquanto não constasse formalmente como seu diretor, e por ser a empresa concessionária de serviço público”. O TSE também identificou irregularidades no registro provisório do PMB, o que também impedia qualquer candidatura pela legenda.
Quem venceu aquelas eleições foi Collor. Silvio ainda flertou outras vezes com a política, sempre em nível nacional, mas nunca chegou perto de concretizar o plano, como em 1989.
Luto
O Hospital Israelita Albert Einstein confirmou as causas da morte do apresentador. Conforme o boletim médico, o paciente morreu “às 4h50, em decorrência de broncopneumonia após infecção por influenza (H1N1)”. A unidade de saúde ressaltou que “se solidaria com a família e todos que sofrem com a perda”.
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Em 18 de julho, o comunicador foi internado no mesmo hospital para se recuperar de um quadro de H1N1. Dois dias depois, teve alta e seguiu sendo cuidado em casa.
Já no último dia 1º de agosto, ele retornou à unidade de saúde para fazer exames de imagem, segundo informou a assessoria do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Ele permanecia no local e, nesta madrugada, faleceu.