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Zélia Duncan inicia comemorações de 40 anos de carreira no álbum ‘Minha Voz Fica’

Zélia e o parceiro, Pedro Franco, que tocou todos os instrumentos | Pedro Colombo/Divulgação

Zélia Duncan começa a contar a carreira a partir de uma apresentação em Brasília, em 1981, após vencer um concurso. É hora, portanto, de olhar com carinho para essa trajetória, que tanto bebeu da vanguarda paulista, movimento do fim dos anos 1970 que teve expoentes como Itamar Assumpção (1949-2003), Arrigo Barnabé, Grupo Rumo e Premeditando o Breque.

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O álbum “Minha Voz Fica”, lançado hoje, amarra passado, presente e futuro da cantora e faz homenagem a uma de suas musas vanguardistas, a compositora Alzira E.

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Zélia não está sozinha. Chamou para o estúdio o músico gaúcho Pedro Franco, 29 anos, já que o projeto em que o disco está inserido, “Joia ao Vivo”, propõe encontros.

Alzira, nascida no Mato Grosso do Sul mas totalmente identificada com a cena paulistana, é velha conhecida no repertório de Zélia, assim como Itamar Assumpção, que ganhou tributo no álbum “Tudo Esclarecido”, (2012).

De certa forma, “Minha Voz Fica” também é o encerramento de uma trilogia dedicada à cidade, que teve ainda o espetáculo “Totatiando”, sobre a obra de Luiz Tatit, líder do Grupo Rumo.

Coincidentemente, após anos em um “relacionamento à distância” com São Paulo, ela está de mudança para a capital paulista. “Vou morrer de saudade do Rio, família, amigos, o bairro, mas estou me casando e é a minha vida. Estarei sempre perto”, explicou.

Das 12 músicas escolhidas, quatro são composições inéditas de Alzira: “O Que Me Levanta A Saia”, composta com Alice Ruiz, “Solidão”, com Lucina, “Fica”, em parceria com a própria Zélia, e “Sonhei”, com Arruda.

“Alzira claramente se afina com a obra de Itamar, era parceira dele, inclusive. Mas ela, apesar dessa proximidade com um artista tão imenso, tem sua personalidade muito definida, veio de outra região e suas raízes estão também nos seus acordes e sotaques. Ela vem de uma família tradicionalmente musical, tem bagagem no sangue, é muito poderosa também”, derrete-se Zélia.

O “E” do nome artístico de Alzira vem de Espíndola. Junto aos irmãos Celito e Geraldo, ela formou a banda Lírio Selvagem, que acompanhava a irmã, a cantora Tetê, em shows no fim dos anos 1970.

As gravações foram intimistas, na medida para produções em tempos de pandemia. Zélia na voz e Pedro  no violão, baixo, guitarra, bandolim e violino.

“Seria eu e ele, de todo jeito. Eu estava querendo essa parceria. Talvez tivesse uma participação ou outra numas faixas, mas, para a espinha do trabalho, eu sempre quis que fôssemos nós dois. Pedro tem muita facilidade em mergulhar. Eu diria até que ele vive submerso nas ondas da música”, elogia a “madrinha”.
“Foram dias de muita emoção no estúdio, pouquíssima gente e muita música.”

As comemorações não param por aí. A previsão é de que um outro álbum seja lançado este ano.

“Vai ser um documento dos primeiros 10 meses de isolamento. Um disco pop, todo feito com Juliano Holanda, artista pernambucano, de longe”, adianta Zélia, que flertou com o teatro durante a pandemia.

“A peça já estava escrita. Reescrevi, adaptei para esses tempos, foi gostoso. Amo escrever e é provável que um livro também aconteça ainda esse ano, estou trabalhando para isso”, adianta.

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