É impossível tratar do quinto disco da carreira de Ana Cañas sem falar de sexo: quatro das doze canções do álbum“Todxs” foram marcadas como explícitas ao Spotify e todas as demais fazem alusão ao sexo.
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Embora ainda exista no repertório algumas baladas românticas, estilo que consagrou Ana Cañas, boa parte das canções ganharam uma sonoridade que flerta com o rap e com o beat. Mesmo nas canções que ainda são sonoramente baladas, como a composição de Arnaldo Antunes que abre o disco, “Declaro My Love”, Cañas empresta sua voz à uma letra ousada, como no verso “com a garganta engasgada e na ponta dos pés”.
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“É um disco que tem uma sensualidade, claro, e tem mais do que isso. Acho que é uma grande afronta à cultura patriarcal de que mulher não pode falar de sexo, que mulher não goza. É importante quebrar alguns tabus por que eu estou de saco cheio deles e sei que muita gente também está”, diz a cantora.
Ana não deixa de lado temas ousados no disco. Além das provocações sexuais, ela trata de questões como respeito à populações LGBTQ e a legalização da maconha. E, mesmo para quem não se sente ligado a estas pautas, porém, “Todxs” pode ser um álbum extremamente prazeroso. Os arranjos foram feitos com uma precisão impecável ao longo de um ano pela cantora e pelo produtor estreante Thiago Barromeu.
O resultado é alcançado com êxito. Nenhuma canção é ruim e algumas são ótimas. De fato, o arranjo feito para “Eu Amo Você” compete com o feito por Beyoncé para “Crazy in Love” no quesito sensualidade. As canções originais, porém, não ficam atrás, como “Onça e Escorpião”. Na mesma linha, a faixa-título, que conta com a participação do rapper Sombra, faz uma maravilhosa exaltação do feminino. Ainda entre as participações, há a versão do clássico de Itamar Assumpção “Tua Boca”, em que Cañas divide os vocais com Chico Chico.