Salgada, doce, doce e salgada ao mesmo tempo; não importa como, um filme quase sempre pede uma pipoca, seja no cinema ou na sala de casa.
Mas afinal, quando e como a pipoca começou a ser relacionada com a sétima arte? Pablo Villaça, escritor, crítico de cinema desde 1994 e diretor do Cinema Em Cena respondeu isso em uma thread interessantíssima no Twitter.
Confira:
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Nossa história começa no início do século 19, quando baleeiros dos EUA descobriram um tipo de milho na América do Sul que estourava quando exposto ao calor, resultando em algo que passou a ser conhecido como "popcorn" (milho explosivo, numa tradução grosseira).
— Pablo Villaça (@pablovillaca) May 4, 2018
Mas as salas de exibição proibiam a entrada de pipoca porque temiam que sujasse carpetes e poltronas (e sem ventilação nas salas, o cheiro era forte demais). Na época, a ideia era tornar o cinema um lugar de elite, um espaço luxuoso moldado nos teatros. Onde ninguém come pipoca.
— Pablo Villaça (@pablovillaca) May 4, 2018
Com a recessão e o Crash de 1929, o cinema passou a ser uma das poucas fontes de entretenimento viáveis por ser muito barato. E como as pipocas também eram, ambulantes começaram a vendê-las na porta dos cinemas para aproveitar os grandes públicos.
— Pablo Villaça (@pablovillaca) May 4, 2018
(Com o tempo, isso mudou a própria produção de milho, já que os agricultores, que antes privilegiavam o branco, passaram a plantar muito mais o amarelo - que hoje domina a produção.)
— Pablo Villaça (@pablovillaca) May 4, 2018
Para os ambulantes era vantajoso, já que antes não podiam ficar exatamente na entrada do cinema, mas um pouco afastados. Agora estavam no meio do público e o cheiro de pipoca se espalhava mais e era mais forte, atraindo mais compradores.
— Pablo Villaça (@pablovillaca) May 4, 2018
E até hoje a lógica se mantém: os lucros dos cinemas vêm principalmente das vendas de refrigerante e pipoca, chegando a somar mais de 80% da receita das salas de exibição. (Pois é; os cinemas ganham bem mais com pipoca do que com os filmes que exibem.)
— Pablo Villaça (@pablovillaca) May 4, 2018
Essa história é contada num livro exclusivamente dedicado às pipocas: "Popped Culture: A Social History of Popcorn in America", de Andrew Smith.
— Pablo Villaça (@pablovillaca) May 4, 2018
E é isso.
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