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Por que ‘A Forma da Água’ venceu como melhor filme no Oscar 2018?

Reprodução / Amanda Edwards / WireImage

“A Forma da Água” foi o filme mais indicado ao Oscar e ganhou em quatro categorias: melhor design de produção, melhor trilha sonora, melhor filme e direção.

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O romance aquático fantástico entre uma mulher muda e um homem-peixe foi dirigido por Guillermo del Toro, um diretor mexicano reconhecido por seus filmes que misturam drama, ficção e fantasia.

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Faz bastante sentido que “A Forma da Água” tenha ganhado como Melhor Filme no Oscar 2018. Embora nos últimos anos os nomeados fossem independentes, como “Moonlight” e “Spotlight”, o ganhador desse ano foi uma escolha clássica da Academia: um belo filme com uma história que segue os arcos tradicionais de um romance de conto de fadas.

Outro ponto importante é a homenagem singela que a produção faz ao poder do cinema, algo que certamente também chamou a atenção da Academia. Lembram dos premiados “The Artist” e “Argo”?

As cenas na antiga sala de cinema e a sequência de dança em preto e branco não transformam “A Forma da Água” em um filme sobre o cinema, mas certamente nos faz lembrar o glamour e história de Hollywood em detalhes certeiros.

Fábula para momentos difíceis que funciona

Mesmo sendo ambientado há meio século, o filme mexe com a nossa empatia sobre questões que estamos vivendo atualmente. O foco da produção não é exatamente política, mas seu comentário social tem ramificações que atingem claramente esse tema.

Del Toro explicou isso à NPR desta maneira:

“O filme tenta se conectar com o outro. Você sabe, a ideia de empatia, a ideia de como nos precisamos para sobreviver. E é por isso que o título original do script quando eu escrevi foi Um Conto de Fadas para Momentos Difíceis, porque eu acho que este filme é extremamente relevante e quase como um antídoto para a maior parte do cinismo e desconexão que nós experimentamos atualmente”.

Após movimentos como #OscarsSoWhite e #TimesUp, que criticaram a falta de inclusão das pessoas de raça negra e mulheres de Hollywood, e as diversas acusações de assédio sexual na indústria, um filme sobre as injustiças chama ainda mais a atenção.

Estamos falando de personagens que enfrentam as consequências de uma sociedade que não os compreende. Hawkins é muda, Jenkins é gay, Spencer é negra e a criatura teve sua “humanidade” ignorada completamente por ser algo diferente do que estamos acostumados.

Por outro lado, o vilão interpretado por Michael Shannon é tudo aquilo que odiamos em uma pessoa só: um chefe, amargo, cruel, que acredita fielmente na sua “superioridade” sobre os outros.

A escolha desse ano pode mostrar bastante sobre como a Academia pretende ser vista nesse momento como um local mais equitativo e aberto.

O debate sobre se “A Forma da Água” realmente mereceu ganhar a estatueta de melhor filme ainda vai render bastante assunto.  O que não podemos negar é que a produção desde o início foi uma forte concorrente e, mesmo que sua vitória não seja uma surpresa no momento, ela indica pistas de que Academia pode começar a seguir um novo caminho em breve.

Com informações de www.vox.com.

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