Brasília aguarda a posse presidencial no dia 1º de janeiro com os hotéis lotados e ambulantes vendendo camisetas alusivas a Jair Bolsonaro (PSL) e forte esquema de segurança.
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Caminhões militares podem ser avistados passando em toda a área central da cidade, e até os tanques blindados conhecidos como "aratus" foram deslocados para um centro comercial na Asa Sul, onde fica a sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – eles foram removidos depois de reclamação do atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB).
Na rede hoteleira da capital, a lotação é de 90%, segundo o sindicato patronal dos hotéis, bares e restaurantes da cidade. Nas ruas, há turistas e moradores usando as camisetas que fazem referência ao 38º presidente brasileiro, mas também pichações contrárias ao político do PSL.
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Segundo o atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, são esperadas entre 250 mil e 500 mil pessoas.
"O Brasil está tendo uma belíssima festa, com nível de segurança que merece um presidente ungido por 58 milhões de votos (no 2º turno), com o valor que a festa tem para a nossa democracia, pujante, saudável, que foi capaz de chegar até aqui sem nenhum arranhão. As pessoas que vierem precisam ter certeza de que estará seguro e de que será uma festa."
Alguns detalhes sobre a cerimônia de posse ainda não foram divulgados – se o novo presidente se deslocará pela Esplanada dos Ministérios no tradicional Rolls-Royce aberto ou em um carro fechado, por exemplo. No último ensaio para a cerimônia, realizado no domingo, as duas formas foram testadas.
Motivos para precaução
No começo de setembro de 2018, Bolsonaro foi alvo de um atentado a faca quando participava de um ato de campanha na cidade de Juiz de Fora (MG). O ataque fez com que ele passasse mais de 20 dias hospitalizado em São Paulo e deixasse de ir a eventos de campanha até o fim do pleito.
Além disso, há receio de eventuais ataques durante a cerimônia. Na véspera de Natal, um explosivo foi encontrado em um templo católico na cidade de Brazlândia (DF), localizada a apenas 51 km do centro de Brasília.
A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar o caso, e uma operação policial foi deflagrada na manhã da segunda-feira – sete endereços foram revistados, em Brasília, São Paulo e Goiás.
Na tarde de domingo, Etchegoyen disse a jornalistas que o grupo responsável pelo artefato representava "uma ameaça real" à segurança da posse de Bolsonaro.
"Não temos o direito de descartar nenhuma delas (ameaças) ou julgar se esta ou aquela é mais grave ou menos grave. Nós estaremos preparados para fazer frente a qualquer ameaça", disse ele.
Como é o esquema de segurança
Pelo menos desde sábado é possível ver homens do Exército e veículos militares espalhados por vários pontos da cidade. Mais de 3,2 mil policiais, bombeiros e militares de várias forças foram mobilizados para trabalhar na segurança do evento – que seguirá o padrão adotado nas posses de presidentes dos Estados Unidos.
Só a Polícia Militar de Brasília terá 2,6 mil agentes em ação.
O esquema de segurança envolve ainda a interdição de vias próximas da Esplanada dos Ministérios, a instalação de bloqueios e pontos de checagem obrigatória para todas as pessoas que forem ao evento e até o uso de drones para monitorar possíveis ameaças.
Itens como fogos de artifício, mochilas e até guarda-chuvas serão proibidos durante o evento.
Durante a posse, Brasília estará sob a abrangência de uma zona de exclusão aérea – nenhuma aeronave será permitida num raio de 7 km da Esplanada dos Ministérios.
Qualquer avião ou helicóptero que adentrar esta área poderá ser abatido caso não obedeça às ordens da Força Aérea Brasileira (FAB). Esta é a primeira vez que a FAB recebe autorização para eliminar aeronaves consideradas hostis durante uma posse presidencial.
Militares com mísseis antiaéreos portáteis estarão posicionados em helipontos de prédios próximos a Esplanada, como a sede da Caixa.
Esquemas semelhantes foram adotados no país em eventos como a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 – embora não com o mesmo rigor.
Para além da área de exclusão aérea, a FAB vai monitorar uma área ainda maior, em um raio de 130 km a partir da Esplanada dos Ministérios, alcançando inclusive trechos do Estado de Goiás.
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