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Namoro na TV: Será que as pessoas pareciam mais velhas no passado?

Vídeo do programa de namoro dos anos 80 viralizou e gerou debate sobre a percepção de idade nas décadas passadas

As pessoas pareciam mais velhas nos anos 80? Foto: Reprodução/SBT
As pessoas pareciam mais velhas nos anos 80? Foto: Reprodução/SBT

Uma discussão foi levantada recentemente sobre a percepção da idade nas décadas passadas, especialmente após a divulgação de um vídeo de um programa de namoro dos anos 80. As imagens mostravam jovens que, aos olhos atuais, pareciam ser mais velhos do que realmente eram. Isso gerou um debate sobre as mudanças na percepção de juventude ao longo dos anos.

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A ilusão da aparência

Especialistas argumentam que essa percepção é influenciada por diversos fatores culturais e sociais que mudaram ao longo do tempo. No passado, símbolos de juventude eram diferentes. A moda, os penteados, os acessórios e até mesmo o comportamento contribuíam para uma aparência mais madura. Por exemplo, na década de 80, era comum ver jovens usando cabelos volumosos e permanentes, roupas mais formais e acessórios que hoje podem ser considerados antiquados.

Jussara Romão, uma especialista em moda, explica que a imagem da juventude está ligada a esses símbolos, que não são permanentes. “Os jovens dos anos 80 usavam roupas e adotavam estilos que hoje associamos a uma aparência mais velha. Isso cria uma espécie de ‘ilusão de ótica’ sobre a idade das pessoas naquela época”, diz ela. A postura mais séria e formal também contribuía para essa percepção de maturidade.

Mudança de valores e percepções

Outro ponto levantado é a mudança nos valores e na visão da juventude. Joana Novaes, especialista em doenças da beleza, aponta que a sociedade moderna valoriza muito a aparência jovem, o que leva as pessoas a buscarem manter uma aparência juvenil por mais tempo. Isso é reforçado por comportamentos, moda, e até procedimentos estéticos. “Vivemos em uma sociedade que valoriza a juventude, e isso impacta como as pessoas querem ser percebidas”, explica Joana.

Além disso, as redes sociais e as ferramentas de manipulação de imagem têm um papel significativo na forma como a juventude é vista e vivida. A pressão para parecer jovem pode levar a transtornos de imagem e outras questões de saúde mental.

Reflexão sobre o etarismo

O debate também trouxe à tona questões sobre o etarismo, ou preconceito baseado na idade. Comentários como “você não parece ter essa idade” podem parecer elogios, mas reforçam estereótipos prejudiciais sobre envelhecer. Andreia Beltrão, uma atriz de 58 anos, recentemente abordou esse tema, questionando por que não se pode ter a idade que se tem e ainda assim ser valorizado.

Naira Dutra Lemos, presidente do departamento de gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, afirma que tanto valorizar uma aparência jovem quanto criticar alguém por parecer mais velho são formas de etarismo. “Precisamos mudar a forma como enxergamos a idade e aprender a valorizar todas as fases da vida”, conclui.

Fonte: G1

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