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Entendendo a dor crônica: qual é o seu papel no tratamento desse mal?

Quando você quebra a perna, passa por uma cirurgia ou queima a mão, sente uma dor aguda. Com o tempo e o tratamento, esse tipo de dor desaparece. Mas a dor crônica é diferente: ela fica mesmo depois que a doença ou lesão original melhorou, lembrando você todos os dias de que não há planos de desocupar o local.

Segundo a revista americana Psychology Today, a dor crônica é diagnosticada quando uma dor aguda persiste de três a seis meses após a cura de uma lesão ou doença. Às vezes, há uma causa clara para a dor, como a artrite, por exemplo, mas em outros casos não há um gatilho específico, como uma doença ou condição subjacente.

A ciência atual sugere, por exemplo, que a fibromialgia é uma condição de dor crônica sem uma causa específica que provavelmente está relacionada a mudanças no modo como o cérebro processa a dor. Às vezes, as pessoas podem sentir dor em locais distantes de onde ocorreu a lesão original, o que é chamado de ‘dor referida’.

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Freqüentemente, a dor crônica começa com um evento de dor aguda. Ela pode se desenvolver e se intensificar, tornando-se crônica.

Se você tem algum tipo de dor crônica, saiba que não está sozinho. Estima-se que, só nos Estados Unidos, mais de 100 milhões de adultos sofrem com a mesma condição, que é um dos motivos mais frequentes para consultas médicas e uso de medicamentos.

Mas a dor é mais do que simplesmente algo físico: é um hóspede indesejado que assume o controle de sua vida, interferindo em sua capacidade de trabalhar, em seus relacionamentos, em sua saúde mental e em sua qualidade de vida, em geral. É algo que afeta todo o seu ser.

É preciso muito esforço para lidar com a dor crônica – ou, pelo menos, uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde – além do autocuidado, é claro.

As pessoas com dor crônica se veem obrigadas a pular de consultório em consultório, muitas vezes se submetendo a procedimentos desnecessários, caros e duplicados, tomando medicamentos ineficazes e descobrindo que o estresse e a ansiedade aumentam a cada oportunidade perdida de aliviar a dor. Freqüentemente, eles podem se sentir como se tivessem “falhado” e perder a esperança. Na verdade, é o sistema de saúde que falhou.

Uma razão para esse fenômeno é que os prestadores de cuidados de saúde muitas vezes dispensam ou minimizam os relatos de dor de seus pacientes: são poucos os que recebem treinamento no tratamento de dores agudas e crônicas. Em 2010, por exemplo, apenas 4 das 104 universidades de medicina do Estados Unidos exigiam que os alunos fizessem um curso sobre dor. Ou seja: quando o assunto é dor, falta preparo médico.

Isso deixa as pessoas desamparadas, à procura constante de um profissional de saúde que possa realmente ajudá-las. Algumas pessoas que sofrem com algum tipo de dor crônica, inclusive, desistem dos cuidados de saúde e nunca encontram alívio adequado. É importante buscar uma clínica de alívio da dor – ou um médico especialista em dor – e aprender a conviver da melhor forma possível com a dor crônica.

Você tem o direito de:

  1. Ter sua dor levada a sério.
  2. Ser tratado com respeito.
  3. Ter com que sua dor seja avaliada de forma holística, com base no impacto em sua vida, não apenas no ferimento ou na condição médica.
  4. Entender por que você tem dor.
  5. Receber educação sobre sua dor e tratamentos.
  6. Ser incluído em todas as decisões de tratamento.
  7. Se recusar a qualquer tratamento (ou seja, opióides, testes, procedimentos e cirurgias adicionais e / ou repetidos).
  8. Receber cuidados baseados em evidências.

Mas você também é responsável por:

  1. Tratar sua equipe de saúde com respeito.
  2. Comunicar seus objetivos e valores relacionados à dor. Por exemplo, pode ser mais importante que você volte a jogar tênis, mesmo que sinta alguma dor residual.
  3. Seguir o plano de tratamento com o qual você e seu médico concordam, incluindo seus rituais de autocuidado.
  4. Informar ao seu médico quando algo não está funcionando ou se você está tendo efeitos colaterais.
  5. Saber exatamente quais procedimentos estão disponíveis no sistema público de saúde ou, caso você tenha um plano de saúde, quais especialistas são credenciados. Também é importante saber se você precisa de pré-autorizações para um tratamento.
  6. Ter expectativas realistas. Por exemplo, você pode nunca encontrar uma “cura” para sua dor. Em vez disso, você pode mudar sua perspectiva e trabalhar com profissionais de saúde para aprender como controlá-la.
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