Estilo de Vida

Consumo de adoçante por crianças é alto, principalmente em bebidas

Nutróloga pediátrica, Denise Brasileiro diz que o consumo do adoçante de modo exagerado e a longo prazo pode levar a criança a desenvolver doenças como obesidade, diabetes e hipertensão

Pesquisas mostram que cresceu perigosamente o consumo de adoçante por crianças. De acordo com estudo divulgado na revista científica americana “Pediatrics”, uma em cada quatro crianças (25,1%) ingere alimentos que contêm esse ingrediente, e as meninas são as principais consumidoras. As bebidas adoçadas artificialmente são o principal item de consumo nesse público, seguidas de alimentos e, em menor quantidade, do próprio adoçante em sachê.
Outro dado ainda alarmante mostra que, nos últimos dez anos, o consumo desse tipo de substância aumentou 200% entre os pequenos nos Estados Unidos. O estudo foi publicado em 2017 no “Journal of the Academy of the Nutrition and Dietetics”. No Brasil, não há informações oficiais sobre o assunto, mas especialistas chamam a atenção para o crescimento do uso desse produto entre o público infantil nos últimos anos, que, inclusive, está cada vez mais presentes nas prateleiras dos supermercados.

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Ingestão de adoçante nem sempre é consciente

Segundo a nutróloga pediátrica Denise Brasileiro, de Belo Horizonte, muitos alimentos usam o adoçante na fabricação como forma de compensar a falta de açúcar, mas isso nem sempre fica claro na embalagem do produto. “Consumimos alimentos e sequer sabemos que eles contêm adoçante – o  bolinho industrializado que as crianças costumam levar de lanche para a escola são um exemplo disso”, explica a nutróloga. Ela lembra também que as versões “lights” do bolinho e de muitos outros produtos, muitas vezes, para reduzir o açúcar têm adição de adoçante.  “A família acha que o “light” é menos calórico, e pode ser, sim, só que para reduzir as calorias, reduziu também o açúcar, e nessa redução é adicionado o adoçante, o que é perigoso pois as pessoas não têm consciência disso», alerta Denise. Outros alimentos que costumam ter adoçante são os iogurtes, biscoitos integrais e barras de cereais, embora essa informação nem sempre venha destacada no produto.

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Doenças como diabetes e distúrbios do humor podem ser provocados pelo excesso de uso do adoçante

Doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, distúrbios do humor e ansiedade podem surgir diante do consumo de adoçante por crianças a longo prazo e de forma exagerada, explica a nutróloga. Alterações na microbiota (ou flora) intestinal, tão importante para o equilíbrio do organismo, também já foram constatadas por diversos estudos. E pelo fato de ser um ingrediente relativamente novo, pode trazer consequências ainda desconhecidas. «Muitos adoçantes foram criados recentemente e como têm pouco tempo de uso ainda não se sabe o que eles podem causar”, diz a nutróloga.

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