O fato de, mais de dois meses após autoridades eleitorais declararem Nicolás Maduro o presidente reeleito, e o Brasil não reconhecer a vitória, parece estar magoando a cúpula venezuelana.
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No domingo, o chefe da Procuradoria, Tarek Saab, disse em um pronunciamento na TV estatal que o presidente brasileiro foi “cooptado pela CIA” (o serviço secreto norte-americano) enquanto esteve na prisão, por um ano e sete meses.
“Parte dessa chamada esquerda cooptada pela CIA e pelos Estados Unidos na América Latina agora tem dois porta-vozes, que são Lula, que não é o mesmo libertado da prisão, por tudo pelo que foi acusado, não é o mesmo em nada. Nem em seu físico, nem em como ele se expressa”, declarou Saab.
O outro “porta-voz” dos EUA, de acordo com o procurador-geral venezuelano, seria o presidente do Chile, Gabriel Boric.
“Eu te digo que você (Lula) ganhou porque um tribunal eleitoral determinou sua vitória, através de uma sala eleitoral”, disse o procurador. “Por que foi bom para você aí e o caso de Nicolás Maduro, não?”.
A diplomacia brasileira tem atuado como uma espécie de ponte entre o regime chavista e o restante da comunidade internacional, que cobra a divulgação dos resultados e maior transparência com os dados do pleito.
O pedido também é uma cobrança do governo do Brasil, que até o momento também não reconheceu a vitória do opositor de Maduro, Edmundo González.