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O suposto autor do ataque no festival na Alemanha se entrega

O suspeito tem 26 anos

Agencia
Flores e velas são colocadas no domingo, 25 de agosto de 2024, próximo ao lugar do ataque mortal durante as celebrações do 650º aniversario da cidade no centro de Solingen, Alemanha (Thomas Banneyer/dpa via AP) Festival (Thomas Banneyer/AP)

Um homem de 26 anos se entregou à polícia se declarando responsável pelo ataque com faca em Solingen que deixou três mortos e oito feridos em um festival que comemorava o 650º aniversário da cidade.

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A polícia de Düsseldorf disse em comunicado conjunto com a promotoria que o homem "declarou ser responsável pelo ataque".

"O envolvimento dessa pessoa no crime está sendo investigado intensamente", afirmou o comunicado.

Os promotores federais disseram que estavam a investigar por suspeita de assassinato, tentativa de assassinato e pertencer a uma organização terrorista estrangeira. O suspeito, algemado de pés e mãos, foi levado no domingo da esquadra em Solingen para o tribunal federal em Karlsruhe para comparecer perante um juiz.

O suspeito é um cidadão sírio que havia solicitado asilo na Alemanha, conforme confirmado pela polícia à Associated Press.

No sábado, o grupo Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado, sem apresentar provas. O grupo extremista disse em seu site de notícias que o agressor tinha como alvo os cristãos e que realizou os ataques na sexta-feira à noite "para vingar os muçulmanos na Palestina e em todos os lugares". A afirmação não pôde ser verificada de forma independente.

O ataque mergulhou a cidade de Solingen - com cerca de 160.000 habitantes perto de Colônia e Düsseldorf - em choque e tristeza. A cidade estava celebrando um "Festival da Diversidade" para comemorar seu aniversário.

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Várias pessoas alertaram a polícia por volta das 21h30 de sexta-feira que um homem havia agredido algumas pessoas com uma faca na praça central, chamada Fronhof. As três vítimas fatais eram dois homens, de 67 e 56 anos, e uma mulher de 56 anos, informaram as autoridades. A polícia disse que o agressor aparentemente mirou intencionalmente nas gargantas de suas vítimas.

O festival, que deveria durar até domingo, foi cancelado enquanto a polícia procurava pistas na praça isolada. Em vez disso, as pessoas foram lamentar os mortos e feridos, colocando flores e notas perto do local do ataque.

"Porquê?" dizia um letreiro colocado no meio das velas.

Entre aqueles que lamentavam o ocorrido estava Cord Boetther, um comerciante de 62 anos de idade, de Solingen.

"Por que algo assim acontece? É incompreensível, é doloroso", disse Boetther.

Anteriormente, as autoridades informaram que detiveram um jovem de 15 anos sob suspeita de saber dos planos do ataque e não informar as autoridades, mas esclareceram que ele não era o agressor. Duas mulheres testemunhas disseram ter ouvido o jovem e outra pessoa antes do ataque, falando de intenções que coincidiam com o ocorrido, disseram os funcionários.

O ataque ocorre em meio a um debate sobre imigração antes das eleições regionais do próximo domingo nas regiões alemãs da Saxônia e Turíngia, onde se espera que partidos anti-imigração, como o populista Alternativa para a Alemanha, obtenham bons resultados. Em junho, o chanceler Olaf Scholz prometeu que o país voltaria a deportar criminosos vindos do Afeganistão e da Síria, depois que um ataque com faca perpetrado por um migrante afegão resultou na morte de um policial e ferimentos em outras quatro pessoas.

O grupo que se autodenomina ‘Estado Islâmico’ declarou seu califado em partes do Iraque e da Síria há cerca de uma década, mas hoje em dia não controla nenhum território e perdeu muitos de seus líderes. O grupo praticamente não faz mais manchetes mundiais.

Mesmo assim, continua recrutando membros e reivindicando ataques, incluindo alguns no Irã e na Rússia este ano que mataram dezenas de pessoas. Suas células furtivas no Irã e na Síria ainda lançam ataques contra as forças desses países, bem como combatentes sírios apoiados pelos Estados Unidos.

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