Números divulgados na última quarta-feira (14) pelo mapeamento ‘Despejo Zero’, elaborado pela Habitat Brasil, revelam que ocorreram 9.508 despejos de famílias no estado de São Paulo de outubro de 2022 a julho de 2024. Ainda segundo a ONG, outras 90.015 pessoas ainda podem ser despejadas.
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O número de despejos ou remoções forçadas aumentou 70% neste período no total nacional, com mais de 1,5 milhões de pessoas atingidas e 333.753 mil famílias ameaçadas.
“Estamos diante de uma crise habitacional sem precedentes, e a Campanha Despejo Zero vem denunciando o risco de convulsão social se 1,5 milhão de pessoas sofrerem despejo. Isso se somaria aos 6,2 milhões de famílias que precisam morar de favor ou escolher se comem ou se pagam aluguel, a milhares de pessoas em situação de rua, sem falar nas pessoas que perderam suas casas em desastres socioambientais”, revela Raquel Ludermir, Gerente de Incidência Política da Habitat Brasil.
São Paulo lidera ranking
São Paulo lidera o ranking de família ameaçadas de despejos com 90.126, sendo despejadas 9.508, o dobro do segundo colocado.
Pernambuco, na sequência, possui 43.411 famílias vivendo sob a ameaça de despejo.
Pretos e pardos são os mais ameaçados
Ainda de acordo com a Campanha Nacional Despejo Zero, as pessoas mais afetadas pelos despejos se declararam pretas ou pardas (66,3%). Mulheres também são a maioria (62,6%).
As regiões Norte e Nordeste do Brasil também são as que mais sofrem e, do montante, 265 mil dos afetados são crianças e aproximadamente 260 mil são idosos.