Os protestos na Venezuela após as controversas eleições presidenciais realizadas no último domingo, 28 de julho, já deixaram, de acordo com organizações de direitos humanos, o triste saldo de 24 pessoas mortas e mais de 2.200 detidas, incluindo importantes figuras da política de oposição, como o jornalista Roland Carreño, ativista do partido Voluntad Popular (VP).
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Entre os detidos estão quatro jornalistas, que nas últimas horas foram acusados de crimes de terrorismo, conforme confirmado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP). Além disso, o sindicato denunciou que as autoridades estão impedindo o acesso de advogados de defesa privados.

Pena possível de até 30 anos
De acordo com as leis venezuelanas, quem for condenado por terrorismo ou incitação ao ódio pode cumprir uma pena de até 30 anos de prisão em uma penitenciária de segurança máxima, o que significa e se resume como a pena máxima do país, ao mesmo nível de um assassinato ou crime sexual.
Os fotojornalistas Yousner Alvarado (em Barinas) e Deisy Peña (em Miranda), o cinegrafista Paúl León (Trujillo) e o jornalista José Gregorio Carnero (Guárico) foram acusados de crimes de terrorismo e estão detidos em prisões de seus respectivos estados.
Através de um comunicado divulgado em suas redes sociais, o SNTP indicou: “Denunciamos o uso ilegal e arbitrário das leis antiterrorismo na Venezuela, especialmente contra os jornalistas e repórteres fotográficos detidos durante os protestos pós-eleitorais no país. Em todos os casos, foi impedida a nomeação de defesa privada”.
É importante destacar que os protestos surgiram devido à desconformidade com o parecer do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que declarou Nicolás Maduro como vencedor, além da defesa do voto a favor do candidato opositor Edmundo González Urrutia, representante da líder opositora inabilitada, María Corina Machado.