O ataque ao comício do ex-presidente Donald Trump no último sábado (13) rendeu diversas dúvidas que o Serviço Secreto dos EUA terá de sanar. Após Trump sair ferido e um espectador ter sido morto na Pensilvânia, questões acerca dos meios de proteção do local foram reforçadas.
ANÚNCIO
Segundo a apuração da BBC News, abaixo você confere os questionamentos levantados por especialistas.
1. Qual a razão pelo telhado onde estava o motor não ter sido protegido antes?
Responsável pelo disparo, não há conhecimento sobre como Thomas Matthew Crooks conseguiu acessar ao telhado de um prédio com cerca de 130 metros do ex-presidente. Além disso, a emissora NBC News citou duas fontes próximas das operações do Serviço Secreto, que apontaram a vulnerabilidade do teto antes mesmo do comício.
Outro ponto levantado está relacionado com o campo de visão do telhado para onde Trump estava, que deveria ter sido bloqueada. O atirador não conseguiria ter uma visão certeira ao ex-presidente, segundo o Secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, à emissora ABC News nesta segunda-feira (15/7).
De acordo com ele, a investigação vai”estudar o evento de forma independente e fazer recomendações ao Serviço Secreto e a mim.”
2. Houve avisos sobre os disparos?
Segundo a BBB, uma testemunha avistou, junto de outros espectadores, o atirador rastejando pelo telhado com um rifle. Apesar de avisarem à polícia, Crooks seguiu se movendo por vários minutos antes de atirar e ser morto, conforme o relato.
O xerife local relatou que Crooks foi encontrado por um policial, o que não conseguiu detê-lo a tempo.
ANÚNCIO
Segundo policiais anônimos para a CNN, a vítima já estava agindo de modo suspeito perto dos detectores de metais no evento. Os relatos foram encaminhados para o Serviço Secreto.
3. A polícia local era o único meio de proteção do Serviço Secreto?
A área de onde partiram os tiros, identificada como “anel secundário”, era patrulhada pela polícia local e estadual, mas não pelo Serviço Secreto. De acordo com um ex-agente, esse tipo de dinâmica protetiva só funciona se houver um plano claro sobre como lidar com uma ameaça.
“Quando você depende dos parceiros locais, o melhor é ter tudo planejado cuidadosamente e informar a eles o que você espera que faça em relação a uma ameaça”, contou Jonathan Wackrow ao jornal Washington Post.
Leia mais:
4. Os recursos do comício eram adequados?
De acordo com um ex-chefe do Comitê de Supervisão e Responsabilidade da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o Serviço Secreto estava “muito sobrecarregado”, resultando no despreparo da polícia local.
Apesar de o Serviço Secreto ter negado as acusações de que um pedido para reforçar a segurança tinha sido recusado antes do comício, houve um relato da troca de mensagens em que um ex-membro do Serviço questionou a possibilidade de uma arma chegar perto de Trump.
“Recursos”, foi a resposta.
5. Trump foi retirado do palco rapidamente depois do ocorrido?
Apesar dos elogios sobre ter preservado Trump, houve diversos questionamentos se foram rápidos o suficiente para levá-lo para sua retirada do palco.
Imagens revelam os agentes formando um escudo ao redor do ex-presidente depois dos disparos, mas em seguida Trump pede para pegar seus sapatos e segue interagindo com seus apoiadores.
Segundo um veterano do Serviço Secreto ao New York Times, não esperaria tanto tempo.
“Se fosse eu ali, não. Estamos indo, e estamos indo agora”, disse o veretano Jeffrey James. “Se fosse eu, estaria comprando um novo par de sapatos para ele.”