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Acusada de matar ex-sogro e mãe dele envenenados fica calada em audiência na Justiça, em Goiânia

Amanda Partata, 31, está presa preventivamente há seis meses; juiz vai definir como caso será julgado

Ela é acusada pelo duplo homicídio, além de duas tentativas de homicídio.
Amanda Partata, de 31 anos, acusada de matar o ex-sogro e a mãe dele envenenados, participou de audiência de instrução, em Goiânia, Goiás (Reprodução/Wesley Costa/O Popular)

Amanda Partata, de 31 anos, acusada pelas mortes do ex-sogro Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e da mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86, passou por uma audiência de instrução, na tarde de terça-feira (25). Presa preventivamente há seis meses, ela foi interrogada pelo juiz no Tribunal de Júri de Goiânia, em Goiás, mas permaneceu calada. Agora, o magistrado vai decidir como o caso será julgado.

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Amanda é acusada pelo duplo homicídio, além de duas tentativas de homicídio. Ela está presa desde o dia 20 de dezembro do ano passado e, inicialmente, foi mantida na Casa do Albergado. Porém, em abril deste ano, foi suspensa pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO) e teve de ser transferida para a Casa de Prisão Provisória, em Aparecida de Goiânia.

Conforme concluiu a Polícia Civil, Amanda envenenou as vítimas com um produto tóxico, que ela adquiriu na internet, para se vingar do ex-namorado após ser rejeitada.

A investigação aponta que ela colocou o veneno em bolos de pote que comprou de uma doceria famosa de Goiânia e levou para um café da manhã na casa da família, no dia 17 de dezembro do ano passado. Leonardo e Luzia morreram horas depois de consumir os produtos. Já o avô do ex-namorado dela não comeu por ter diabetes e um tio escapou da morte por ter recusado o doce para não perder o apetite para o almoço.

Três dias depois a advogada foi presa, mas negou qualquer envolvimento no caso. Ela também alegou que passou mal e que estaria grávida, mas a polícia descartou a gestação e descobriu que ela pretendia matar qualquer pessoa que estivesse na casa da família do ex-namorado.

Mulher afirma que está grávida do filho da vítima
Amanda Partata é acusada de matar o ex-sogro e a mãe dele com doces envenenados, em Goiânia, Goiás (Reprodução/Redes sociais)

Envenenamento por vingança

Conforme a investigação, Amanda teve um relacionamento com o filho de Leonardo por cerca de três meses, mas eles romperam. Depois disso, ela afirmou que está grávida e apresentou exames aos familiares do rapaz. Assim, continuava mantendo contato com eles.

Na data do crime, ela foi ao encontro do ex-sogro e da mãe dele para um café da manhã. Ela chegou ao local levando alguns doces e outros alimentos. Pouco mais de três horas depois, Leonardo e Luzia começaram a sentir dores abdominais, vômitos e diarreia. Ambos foram internados no Hospital Santa Bárbara, em Goiânia, mas o quadro piorou e os dois morreram ainda naquele dia.

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Amanda chegou a relatar que também se sentiu mal enquanto estava voltando para Itumbiara, em Goiás, onde morava, e por isso decidiu voltar para Goiânia. Assim, incialmente, levantou suspeitas contra a doceria onde adquiriu os produtos.

A polícia e outros órgãos de fiscalização visitaram as unidades do estabelecimento e não encontraram nenhuma evidência de contaminação. Assim, foi descartado que os doces tinham sido a causa da morte das vítimas.

O caso seguiu em investigação e, ao ser presa, a mulher negou que tenha envenenado o ex-sogro e a mãe dele. No entanto, a polícia acredita que a gestação era falsa e que ela cometeu o crime após ser rejeitada pelo ex-namorado.

O laudo da perícia comprovou que os corpos das duas vítimas apresentavam a presença do produto tóxico e letal, que não tem sabor nem odor, que foram colocados em bolos de pote. A polícia não revelou o nome da substância, para evitar incentivar o uso, mas informou que se trata de um óxido inorgânico.

Segundo a Polícia Técnico-Científica, foi realizado um exame toxicológico em amostras coletadas no local do crime e amostras retiradas dos corpos das vítimas. Dois dos bolos de pote apresentavam o produto, que é considerado um “veneno potente” e que foi colocado em grande quantidade. Antigamente, ele era usado como pesticida, mas foi retirado do mercado e atualmente pode ser adquirido apenas por empresas.

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