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Médica explica improviso após usar embalagem de bolo como aparelho respiratório em bebê de 3 meses

“Eu não podia olhar para aquela mãe e dizer: ‘Não podemos.’”

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Hospital improvisa aparelho respiratório com embalagem de bolo em bebê de 3 meses (Reprodução)

O hospital de Santa Cruz, no Agreste potiguar, RN, improvisou um aparelho respiratório em um bebê de três meses, após o paciente dar entrada no último sábado (8), apresentando problemas de oxigenação. Responsável pelo improviso na unidade de saúde, a médica Ellen Salviano explicou que a técnica foi essencial para salvar a vida do bebê, segundo o g1.

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“Ali estou nos meus braços com o amor de alguém. Quando saio de casa e deixo meus três filhos, assumo a responsabilidade que é cuidar do outro. Então eu não podia olhar para aquela mãe e dizer: ‘Não podemos’”, disse a doutora, que atua na medicina há nove anos, em especial dentro de hospitais públicos e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Rio Grande do Norte.

“É muito fácil chegar e dizer: ‘Mãezinha, o desfecho foi ruim. Me desculpe, porque não somos um hospital materno-infantil, porque não temos recursos para o seu filho e o SUS não tem vaga’”, explicou.

Pela manhã da segunda-feira (10), o bebê se encontrava em estado grave com cianose, como notou Ellenn após entrar em seu plantão. A condição percebida por ela está relacionada à má oxigenação do sangue. Além disso, o paciente apresentava manchas roxas na pele.

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Hospital improvisa aparelho respiratório com embalagem de bolo em bebê de 3 meses (Reprodução)

“Se ele passasse mais tempo assim, o risco era de uma parada cardíaca. O próximo passo seria intubar, o que seria muito difícil para o paciente. Iria reduzir a chance de sobrevida dele”, contou.

Entenda o caso:

Improviso com embalagem de bolo

Apesar da experiência com a embalagem de bolo para salvar o bebê, não foi a primeira vez que a equipe médica da unidade se viu na necessidade de improvisar. De acordo com a médica, se tratava da terceira máscara em apenas uma semana.

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O capacete de oxigênio foi utilizado por quatro horas pele bebê, antes da chegada dos equipamentos emprestados pelo Hospital Universitário Ana Bezerra, em Santa Cruz. O tempo de uso pela criança foi o suficiente para retomar sua oxigenação a níveis “quase normais”, segundo a médica.

“Deu certo, que bom, mas poderia ter dado errado. E se tivesse dado errado, seria agora uma mãe chorando a morte do seu filho. Por um equipamento tão simples que a gente não tem”, disse.

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