No campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza, uma descoberta aterrorizante foi feita por militares israelenses. Durante uma operação de busca, eles encontraram um túnel de 10 metros onde estavam conservados os corpos de quatro reféns. A entrada para o túnel foi revelada sob um tapete velho, por trás de uma porta metálica, em meio aos escombros de uma casa devastada.
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A operação ocorreu durante uma varredura em uma casa no campo de refugiados de Jabalia. O tenente-coronel Almong Rotem relatou que a descoberta do túnel foi acidental, feita pelo sargento Roy Beit Yaakov, que decidiu investigar mais a fundo após completar a missão inicial. Sob móveis deslocados, encontraram a entrada do túnel. Engenheiros de combate subterrâneo foram chamados para inspecionar e desarmar qualquer possível explosivo antes de entrar na passagem.
Dentro do túnel, os corpos de Shani Louk, de 23 anos, Amit Buskila, de 28, Itzhak Gelernter, de 58, e Ron Benjamin, de 53, foram recuperados. Estes reféns foram levados durante o ataque do Hamas em 7 de outubro, quando cerca de 1.100 pessoas foram mortas e mais de 250 sequestradas. A recuperação dos corpos foi vista como uma conquista significativa pelas forças israelenses, proporcionando algum alívio às famílias que suportaram meses de incerteza.
Um dos corpos encontrados foi o de Shani Louk, uma DJ alemã. Seu pai, Nissim Louk, relatou que o corpo estava em bom estado de conservação devido à profundidade e temperatura fria do túnel. Desde o sequestro, a família de Shani acreditava que ela havia sido morta rapidamente, e o estado de conservação do corpo confirmou suas suspeitas.
A identificação dos corpos foi feita com a ajuda de especialistas forenses que analisaram material genético recuperado na época do ataque. As famílias, apesar da dor, expressaram alívio por finalmente terem respostas sobre o destino de seus entes queridos.
Além dos quatro corpos recuperados inicialmente, o exército israelense anunciou a descoberta de mais três reféns mortos, incluindo Michel Nisenbaum, um brasileiro-israelense de 59 anos. Nisenbaum, que vivia em Israel há mais de 40 anos, foi sequestrado enquanto buscava uma de suas netas. Outros corpos encontrados foram do franco-mexicano Orión Hernández Radoux, de 30 anos, e do israelense Hanan Yablonka, de 42. A identificação foi confirmada por médicos do Instituto Forense Nacional de Israel.
A prática de sequestrar corpos para usar em negociações de prisioneiros tem precedentes na região, sendo observada também em conflitos anteriores como a Segunda Guerra do Líbano.
Fonte: O Globo