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“A gente gritava por socorro”: mãe e filho ficaram 5 dias agarrados em destroços para sobreviver a enchente no RS

Moradora da cidade do Cruzeiro do Sul disse que ela e o filho foram arrastados por 60 km antes do resgate

Elvira Polippo, de 65 anos, foi diagnosticada com leptospirose
Elvira Polippo, de 65 anos, foi diagnosticada com leptospirose (Reprodução/G1)

Ainda se recuperando da leptospirose que contraiu nas águas da enchente e esperando por alguma informação sobre seu esposo, que desapareceu quando as águas subiram e arrastaram sua casa, em Cruzeiro do Sul (RS), Elvira Polippo, de 55 anos e seu filho João Emiliano Salomoni, de 35, contaram a saga que passaram no Vale do Taquari, após cinco dias agarrados em destroços. A reportagem é do G1.

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Quando a enchente atingiu o Vale, segundo eles, a casa em que moravam, de dois andares, desmoronou com a força das águas. Ela, o filho e o marido tinham subido no telhado e acabaram sendo arrastados pela correnteza quando tudo desmoronou. O pai desapareceu, mas ela e o filho se agarraram em entulhos e ficaram boiando no rio por cinco dias, período em que foram arrastados de sua cidade até a cidade vizinha, Taquari, a cerca de 60 km de distância.

Durante esse período, eles se revezavam em cima de uma tampa de geladeira, que encontraram flutuando no rio, e comeram laranjas e nozes que encontraram flutuando nas águas da enchente, até que uma equipe os encontrou à deriva no rio. “A gente gritava pro socorro”, disse a mulher.

PAI CONTINUA DESAPARECIDO

Até o momento, o pai da família não foi encontrado. “Ficamos com uma dor grande, que eu não consegui achar o meu pai ainda, né? A gente não sabe se tá vivo ou não. Esse é o vazio que ficou em nós. Mas Deus foi grande com a gente”, agradeceu João Emiliano.

Ambos foram levados para o hospital e receberam tratamento médico e psicológico, mas já tiveram alta. Por enquanto, eles estão abrigados na casa de parentes.

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