A Polícia Civil investiga a morte de Francisco Mizael Souza da Silva, de 29 anos, que foi baleado e decapitado enquanto trabalhava no Hospital Instituto Doutor José Frota (IFJ), em Fortaleza, no Ceará. O autor do crime é um homem, que também já atuou na unidade, e que teria sido motivado por sentir ciúmes da mulher com a vítima. Um vídeo mostra o desespero de colegas após o assassinato na unidade hospitalar (assista abaixo).
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O crime aconteceu na terça-feira (23). Francisco, que trabalhava no setor de alimentação do hospital, foi atingido por quatro tiros e ainda teve a cabeça decepada no refeitório da unidade. Outro funcionário também ficou ferido, mas não há detalhes sobre o estado de saúde dele.
Poucas horas após o assassinato, a polícia prendeu o principal suspeito do crime, um homem de 41 anos, cuja identidade não foi revelada. Ele foi localizado na cidade de Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza. A investigação aponta que o suspeito também trabalhou no mesmo hospital, mas foi demitido há mais de um ano. Mesmo assim, ele conseguiu entrar na unidade usando o reconhecimento facial.
“Um dos funcionários, que foi a vítima, estaria se insinuando para a companheira do autor do crime, motivo pelo qual ele já tinha anunciado algumas vezes que ia praticar um ato desse tipo”, disse o secretário de Segurança Pública do Ceará, Samuel Elânio.
Em nota, a direção do hospital lamentou o crime. “As famílias das vítimas estão sendo acolhidas e a situação está sendo acompanhada pelos órgãos de segurança, que está recebendo todo o apoio para as investigações. Reforçamos que todos os atendimentos aos pacientes seguem sendo realizados sem interrupção”, destacou o IFJ.
Francisco era casado e tinha uma filha de seis anos. A esposa dele está grávida do segundo filho. Familiares contaram que ele trabalhava no mesmo hospital há 10 anos.
Repercussão
Após a repercussão do assassinato, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), lamentou o caso e criticou a atuação do governo do Ceará na segurança pública.
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“É inaceitável a violência em Fortaleza continuar do jeito que está. Hoje mais uma vez vivemos momentos de horror. Dois assassinatos brutais. A paralisia do Governo de Estado no combate às facções não parece ser apenas incompetência, mas também cumplicidade. Acionei as Secretarias de Segurança Cidadã, Educação, Saúde e Direitos Humanos para dar todo o suporte aos familiares das vítimas e aos nossos trabalhadores, a quem dedico toda minha solidariedade. Não permitirei que o acesso aos nossos serviços públicos sejam prejudicados pela insegurança”, disse ele.
Já o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), rebateu às críticas e destacou que as forças de segurança vão investigar a morte de Francisco.
“Um crime lamentável, que terá rápida resposta da polícia. Há de se lamentar, também, a postura irresponsável e oportunista do prefeito de Fortaleza, que buscando criar um fato político em cima de uma tragédia, atribui o episódio a ação de facções”, afirmou o político.