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Orgasmo feminino: desvendando o abismo e as origens da desigualdade

A jornalista Maya Oppenheim revela as raízes da disparidade orgástica em seu novo livro.

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Estudos apontam que a disparidade orgástica entre homens e mulheres persiste, com desigualdades mais amplas em jogo, de acordo com a autora Maya Oppenheim. A autora explora as origens desse déficit orgástico em seu novo livro, lançando luz sobre um problema profundamente arraigado que não pode ser resolvido da noite para o dia.

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A jornalista compartilha suas experiências pessoais, destacando como as palavras ?frígida? e ?vadia? eram lançadas indiscriminadamente em sua escola secundária em Hackney. Esses rótulos não só a feriram, mas também apontam para uma profunda vergonha e para os padrões duplos misóginos que impedem o prazer sexual das mulheres.

Pesquisas revelam que homens têm mais orgasmos do que mulheres. Em um estudo com mais de 50.000 americanos, descobriu-se que lésbicas atingiam o orgasmo em 86% das relações sexuais, enquanto mulheres heterossexuais tinham orgasmo em apenas 65% das vezes. Homens heterossexuais lideram, com 95% de orgasmos, muito mais do que os homens gays, com 89%. Em resumo, no que diz respeito ao orgasmo durante o sexo, as mulheres heterossexuais são as claras perdedoras.

Mas o que está causando essa disparidade orgástica? Os desejos sexuais das mulheres há muito são obscurecidos por tabus, desinformação e estigma. Essa persistente prevalência do ?slut-shaming? (envergonhamento sexual) não pode ser subestimada quando se olha para o que impulsiona a lacuna orgástica.

O ?slut-shaming? faz com que as mulheres sejam alvos preferenciais e vítimas. Muitos consideram ?natural? e socialmente aceitável que um homem tenha múltiplos parceiros sexuais, mas quando uma mulher faz o mesmo, é censurada como promíscua, irresponsável e não confiável. Isso é alimentado por concepções misóginas sobre sexualidade e visões biologicamente deterministas fictícias.

O problema vai além das escolas e tem repercussões profundas nas relações das mulheres com o sexo. A ?lacuna orgástica? entre homens e mulheres é um exemplo disso. Este termo refere-se à diferença na frequência de orgasmos entre os gêneros durante o sexo.

Além disso, a abordagem historicamente funcional que os britânicos têm em relação ao sexo também desempenha um papel importante na compreensão da disparidade orgástica. Muitas vezes, o sexo é retratado como um meio para um fim, como a procriação, em vez de ser celebrado como uma fonte de alegria pura e desinibida.

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Pesquisas mostram que orgasmos não são apenas sobre prazer; eles também são benéficos para a saúde física e psicológica. Eles aumentam os níveis de dopamina, ocitocina e testosterona, e alguns médicos até prescrevem orgasmos como parte do tratamento.

É preocupante pensar que muitas mulheres em todo o mundo nunca experimentaram o prazer de um orgasmo, seja sozinhas ou com um parceiro. Pesquisas indicam que 20% das mulheres não têm orgasmos. A maioria das mulheres heterossexuais finge orgasmos, o que destaca a magnitude do problema.

Para combater a disparidade orgástica, é essencial abandonar a visão comum de que nossos desejos sexuais e neuroses são apenas reflexos de nossos mundos internos. Nossos relacionamentos e atitudes individuais em relação ao sexo estão intrinsecamente ligados ao mundo mais amplo em que vivemos, refletindo não apenas desigualdades de gênero, mas também ilusões e padrões duplos misóginos enraizados na sociedade. Maya Oppenheim lança luz sobre essas questões em seu novo livro, promovendo uma conversa urgente sobre a igualdade no prazer sexual.

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