A estudante de medicina de 24 anos, que denunciou ter sido dopada e estuprada após participar de uma festa em Fortaleza, no Ceará, afirma que está apavorada após a violência que sofreu e não consegue mais “andar sozinha” e nem “sorrir”. O caso foi denunciado à polícia, que suspeita que ela tenha ingerido a droga conhecida como “boa noite Cinderela”, que é capaz de induzir a pessoa à perda de consciência.
“Eu sempre fui uma pessoa muito alegre, sempre ri muito, mas desde então eu não consigo mais sorrir. Eu não consigo mais andar sozinha. Eu tenho medo de chegar perto de qualquer homem estando sozinha”, desabafou a jovem em entrevista ao site G1.
Ela afirmou que ficou muito machucada, o que demonstra que, mesmo dopada, ela lutou muito para não ser estuprada. “As pessoas falam muito do abuso em si, mas o pós é terrível. Fiquei uma semana quieta, imóvel, numa espécie de estado de loucura. Olhava para o teto e não via sentido em nada”, lamentou.
A jovem é natural de São Paulo, mas vive na Paraíba desde 2014. No último dia 23 de julho, ela estava em Fortaleza para participar de uma festa, quando foi violentada.
Em depoimento à polícia, ela contou que deixou seu copo com água de coco de lado para fazer umas fotos durante a comemoração, mas ao voltar bebeu o conteúdo, sem desconfiar de nada. Em seguida, ficou desorientada e passando mal. A estudante, então, se despediu dos amigos e um desconhecido se ofereceu para deixá-la de táxi em casa, mas ela foi levada para outro local.
A jovem disse que quando acordou estava com o desconhecido e outros três homens no quarto e estava com marcas profundas de corte pelo corpo. Ela não soube dizer quantos deles a estuprou e nem o local onde esteve, mas o exame de sangue revelou que ela havia ingerido o ‘boa noite Cinderela’.
Segundo a vítima, o desconhecido que entrou no taxi com ela era de estatura mediana, cabelos pretos e barba baixa. A última coisa que ela recorda é de estar no carro e o homem dizendo seu endereço, enquanto ela dizia para levá-la para sua casa.
A partir daí, segundo ela, tudo é apenas um grande branco com flashs de consciência onde ela se lembra de dizer ‘não’ aos seus atacantes e ter lutado.
A vítima voltou para João Pessoa (PB), onde reside, e registrou boletim de ocorrência, que está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher. A Polícia Civil informou que trabalha para tentar identificar os suspeitos pelo crime.
Traumas
A estudante afirmou que ainda sente muito medo, mas que faz sessões de terapia. “Estou passando por um período de solidão. Eu não tenho mais forças físicas e mentais. Não tenho mais coragem de fazer atividades que antes eram simples, como correr na praia ou passear com meu cachorrinho. A dor que eu estou sentido é tão horrível, que nada mais parece me provocar sofrimento”, afirmou ela.
“A gente fica sem saber como seguir a vida. Afinal, como é que vai ser a partir de agora?”, questiona. Estou tentando me reconectar comigo mesma”, ressaltou.
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