A Polícia Civil de Goiás investiga como uma substância alucinógena extraída da pele e do veneno de um sapo foi levada ao estado. A suspeita é que ela tenha sido trazida do México, onde a espécie Bufo Alvarius é normalmente encontrada.
“Tudo indica que um dos investigados foi até o México. Essa droga nada mais é que o veneno de um sapo que ele passa por um processo de secagem e transforma em um cristal e depois é inalado. Essa droga só existe no México”, afirmou o delegado Francisco Costa, responsável pelas investigações, em entrevista ao site G1.
Segundo ele, a substância, até então desconhecida no Brasil, tem um dos maiores potenciais alucinógenos do mundo e pode causar problemas físicos e psicológicos.
“É uma droga que com 12 gramas você conseguiria distribuir para 500 pessoas”, destacou Costa
A substância foi apreendida durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em endereços do investigado, que se apresenta como líder espiritual, em Pirenópolis e também no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 28 de março deste ano. Foram encontrados cerca de 12 gramas do alucinógeno.

Pele e veneno de sapo
A substância em questão é encontrada na pele e no veneno do sapo Bufo Alvarius, que também é achado no sudoeste dos Estados Unidos. De acordo com o Instituto Butantan, a droga se tornou popular nos últimos anos devido às características psicoativas e tem sido usada em cerimônias para supostamente tratar transtornos mentais, como depressão e ansiedade.
“Essa prática vem se tornando frequente e, com a coleta ilegal, a espécie corre risco de entrar na lista de animais ameaçados de extinção”, diz o instituto.
Segundo o Butantan, algumas pessoas extraem e secam o veneno bruto, depois o fumam ou fazem injeções intravenosas.
“As principais substâncias já identificadas que causam os efeitos psicodélicos são a bufotenina e a sua análoga 5-MeO-DMT, compostos da classe das triptaminas, que possuem estruturas semelhantes a neuromoduladores, como os hormônios melatonina e serotonina”, destacou.
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