Cop 25

Mudanças climáticas e igualdade de gênero para a América Latina e o Caribe

Encontro regional de mudanças climáticas e igualdade de gênero estabelece roteiro para acelerar ação climática com igualdade de gênero na América Latina e no Caribe.

Igualdad de género Shutterstock (Shutterstock)

Apesar de existirem acordos a nível de estados que estabelecem a necessidade de incluir o enfoque de gênero na gestão ambiental e na resposta às mudanças climáticas, a integração deles ainda é marginal. As desigualdades estruturais entre homens e mulheres continuam se potencializando com os efeitos das mudanças climáticas, e a vulnerabilidade frente aos efeitos dessas mudanças é díspar. O acesso desigual que existe em termos de gênero à terra, aos recursos naturais, ao financiamento, à tecnologia e aos serviços básicos, entre outros, condiciona e limita a autonomia e a capacidade de adaptação das mulheres às mudanças climáticas e a seus efeitos. A nível tanto regional como global, torna-se necessário promover a agenda de gênero e mudanças climáticas em áreas como mitigação, política, governo, financiamento, adaptação, informação e agenda internacional para enfrentar este tema.

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Sob o lema Por uma ação climática com igualdade de gênero, o Encontro Regional sobre Mudanças Climáticas e Igualdade de Gênero para a América Latina e o Caribe gerou um espaço virtual para identificar, discutir e trocar informações, boas práticas e visões sobre experiências, desafios e oportunidades dos países da América Latina e do Caribe (LAC) no assunto.

Durante o mês de setembro foram realizadas sete sessões, que tiveram como organizador o Chile na qualidade de presidência da COP25 e nas quais especialistas representantes de governos, da sociedade civil e de entidades-chave na matéria abordaram temas sobre agenda de gênero e mudanças climáticas a nível global e regional. O evento foi realizado pelo governo do Chile em seu papel de presidência da COP25, através de seus ministérios de Meio Ambiente, Relações Exteriores e da Mulher e Equidade de Gênero, pela CEPAL, pelo Sistema das Nações Unidas no Chile (ONU Mulheres, PNUD e FAO) e pela União Europeia como parceiro estratégico-chave na ação climática através de seus programas Euroclima+ e EUROSOCIAL, ao que também se somou o apoio do Grão-Ducado do Luxemburgo. As sessões foram divididas em duas partes: uma primeira parte expositiva aberta ao público e transmitida pelo canal do Ministério do Meio Ambiente do Chile no Youtube e pelo programa Euroclima+, e uma segunda parte dirigida às delegações oficiais de governos orientadas a espaços de trabalho virtuais. O encontro contou com a participação de cerca de 60 representantes oficiais de 24 países da região e em média 1.700 espectadores por sessão, provenientes de organizações da sociedade civil, da área acadêmica e dos setores público e privado.

Entre os principais objetivos do encontro, ele permitiu a capacitação de tomadoras e tomadores de decisão da região sobre vínculos entre gênero e mudanças climáticas, para implementar o Programa de Trabalho de Lima e seu Plano de Ação de Gênero reforçados, assim como a identificação de sinergias e alianças entre países da região e a Europa para executar ambos os instrumentos a partir de uma perspectiva intersetorial, de cooperação regional e horizontal. Foram identificadas e trocadas informações, boas práticas e visões sobre experiências, desafios e oportunidades dos países da ALC com relação à integração do enfoque de gênero na formulação e implementação das políticas nacionais de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

O processo originou, ainda, um documento de posição que servirá como roteiro para acelerar a ação climática com igualdade de gênero na América Latina e no Caribe, e também promoveu a criação e o fortalecimento da rede por uma ação climática com enfoque de gênero para a América Latina e o Caribe com o objetivo de fortalecer a participação ativa das mulheres nos processos de tomada de decisões em todos os níveis.

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