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A luta de Jane Fonda é a de todos nós

A atriz Jane Fonda, de 83 anos, é uma ativista declarada desde a juventude: já protestou contra a Guerra do Vietnã, a favor dos direitos das mulheres e da comunidade LGBTQIA+, e atualmente sua bandeira é a sustentabilidade climática. Que pode significar a nossa permanência no planeta nas próximas décadas. E que se relaciona fortemente com a forma como nos locomovemos todos os dias.

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Em seu Instagram, Fonda postou há alguns dias uma foto em que protesta contra a decisão do presidente americano Joe Biden de seguir com a construção de um gigantesco oleoduto no estado de Minnesota.

Há uma pressão enorme, no mundo todo, para que os governos aposentem definitivamente os combustíveis fósseis, que são o carvão mineral, o gás natural, e o petróleo e seus derivados, como óleo diesel e gasolina.

Mudanças climáticas estão intimamente conectadas à mobilidade urbana. O uso abusivo dos veículos a combustão aumenta os níveis de poluição do ar, gerando ilhas de calor e vários problemas para as cidades e seus habitantes. Ao mesmo tempo, o investimento maciço na construção de vias para carros e áreas pavimentadas reduz a vegetação e os cursos d’água, transformando as cidades em cenários desérticos de natureza e saúde.

Os carros elétricos já são uma realidade em países europeus e também na China, que vendeu 1,3 milhão de veículos em 2020. Mas aqui no Brasil estamos longe nesse caminho.

Além da cruel e crescente devastação da Amazônia para formar pastagens, temos uma cultura focada no carro individual. “Por muito tempo, a bicicleta foi vista como ‘coisa de pobre’”, observa Taícia Marques, arquiteta e urbanista que se especializou no desenho de paisagens e estratégias urbanas sustentáveis no Brasil, na Alemanha e na Holanda.

A atriz Jane Fonda, conhecida como “ativista raiz”, nos lembra que, em qualquer idade, é essencial lutar para melhorar as condições de vida das pessoas nas metrópoles. Reduzir drasticamente a emissão de gases do efeito estufa é urgente, investindo no transporte coletivo sustentável, nas ciclovias, na diminuição da velocidade das vias, no aumento de áreas verdes e na valorização dos espaços para os pedestres.

Motivos para a mudança gritam para todos nós: mais de 8 milhões de pessoas morreram em 2018 devido à poluição por queima de combustíveis fósseis, como o diesel e o carvão. Isso significa que uma em cada cinco mortes no mundo teve como causa a poluição atmosférica. Os dados são da pesquisa mais recente e completa sobre o assunto, publicada em fevereiro deste ano na revista Environmental Research e feita por cientistas da Universidade de Harvard, em colaboração com três universidades britânicas.

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