O governo de São Paulo determinou que todo o estado seja colado na fase 3-amarela da quarentena com o rebaixamento de seis regiões que já estavam na fase 4-verde, entre elas a capital, e a estagnação de outras 11 áreas, que deixam de avançar.
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O anúncio do retorno para uma etapa com medidas mais restritivas para o comércio e o setor de serviços foi feito ontem pelo governador João Doria (PSDB), um dia após o segundo turno das eleições municipais.
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A capital estava na fase verde desde 9 de outubro e o retorno para a fase amarela, que já está em vigor, não provocará o fechamento de nenhuma atividade econômica, mas vai restringir o funcionamento de lojas, shoppings, bares e restaurantes. As escolas não serão impactadas e podem continuar recebendo alunos nas mesmas regras atuais.
Com o rebaixamento, os estabelecimentos que hoje podem receber até 60% da sua capacidade de público passam a atender para 40%, com a limitação de funcionarem por até 10 horas por dia, e não mais por até 12 horas, e com a obrigação de encerrar as atividades às 22h. Eventos com o público em pé, como no setor cultural, estão novamente proibidos.
Doria disse que o recuo se deu pelo “claro aumento da instabilidade da pandemia” e que o objetivo é voltar para uma fase “mais restritiva nas medidas para evitar aglomerações e o aumento do contágio da covid-19”.
Justificativas
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Os sinais que alertavam para o relaxamento do controle do estado já eram conhecidos desde o mês passado, com a confirmação do aumento nas internações e nas muitas imagens de aglomerações pelas ruas, parques, bares e praias. Só na última semana epidemiológica, a média diária de mortes cresceu 12%.
A reclassificação do Plano São Paulo estava inicialmente marcada para 19 de novembro, quando já se sabia do aumento nas internações, mas foi adiada porque o sistema do Ministério de Saúde que armazena os dados da covid-19 apresentava falhas – e isso poderia provocar distorções.
Doria e seus secretários negaram que o anúncio da reclassificação ontem tenha qualquer relação com o término das eleições e disseram que se o estado tivesse feito a atualização anteriormente, mais cidades teriam entrado na fase verde. A próxima recalibragem do plano está marcada para 4 de janeiro.
Com o claro aumento da instabilidade da pandemia, o governo decidiu que 100% do estado vai retornar para a fase amarela. Essa medida não fecha comércio, nem bares, nem restaurantes, mas é mais restritiva para evitar aglomerações e o aumento do contágio da covid-19
João Doria, governador
Hoje, nós temos 76% do estado na fase verde. Se houvéssemos realizado a classificação duas semanas atrás, como estava previsto [antes da eleição], 89% do estado estaria na fase verde. Então, trazer a reclassificação para hoje impediu que mais regiões avançassem para o verde
Patricia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico
Se não melhorarmos esses indicadores, há qualquer momento podemos tomar medidas mais restritivas. A sociedade precisa ter o compromisso de evitar as ações que mais provocam o aumento do número de casos, como festas e confraternizações
João Gabbardo coordenador-executivo do Centro de Contingência da covid-19
Governo convoca os 62 ‘piores’ municípios
A reclassificação que colocou o estado todo na fase 3-amarela levou em conta dados agregados, mas, observando município a município, a constatação é de que a situação ficou pior em 62 cidades que apresentaram aumento expressivo nas taxas de internação e de ocupação de leitos para covid-19. A capital não está na lista.
O governo do estado fará hoje uma reunião por videoconferência com os 62 prefeitos para discutir medidas adicionais e conjuntas de controle da pandemia.
Todos os municípios possuem mais de 70 mil habitantes e registraram ocupação média de leitos acima de 75% ou aumento de internações em mais de 10%.
Entre as cidades do interior, estão na lista Americana Bauru, Franca, Piracicaba, Presidente Prudente, São José dos Campos, Sorocaba e Taubaté.
Do litoral, fazem parte municípios como Caraguatatuba, Itanhaém e Ubatuba. Da Região Metropolitana da Capital, aparecem no grupo cidades como Diadema, Francisco Morato, Guarulhos, Itapecerica da Serra e Ribeirão Pires.
Eleitos terão aula sobre Plano SP
O Palácio dos Bandeirantes anunciou mais uma reunião, mas dessa vez a conversa será com os prefeitos eleitos e que assumem o cargo em 1º de janeiro. O encontro foi marcado para o próximo dia 7 e a ideia é apresentar o Plano São Paulo aos futuros prefeitos. O governo do estado também vai pedir aos novos administradores para que ampliem a testagem para a covid-19, de modo a rastrear a incidência da doença, e que insistam mas medidas de isolamento social.