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Estudo da UFPel quer determinar número real de infectados pela covid-19 no Brasil

Morro da Coroa, no Rio de Janeiro Bruna Prado/Getty Images

O Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em parceria com o Ministério da Saúde, começou nesta semana a quarta etapa de testes do estudo Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil (Epicovid19-BR). Pesquisas ocorrerão entre 20 e 23 de agosto, em 133 cidades, com o objetivo de estimar a real prevalência do novo coronavírus entre a população brasileira.

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Trata-se do maior estudo deste tipo no mundo, e pode ajudar a embasar ações para proteger e prevenir mortes de mais brasileiros.

As três primeiras etapas, realizadas de 14 a 21 de maio, 4 a 7 e 21 a 24 de junho, entrevistaram cerca de 90 mil pessoas. Com base nos primeiros resultados, o estudo estimou que existem cerca de seis casos reais não notificados para cada um oficialmente confirmado. De acordo com a pesquisa, de cada cem pessoas infectadas, uma vai a óbito no Brasil.

O estudo documentou ainda que, em um mês, a prevalência (proporção de pessoas contaminadas) dobrou na população: os percentuais passaram de 1,9% (1,7% a 2,1%, pela margem de erro), na primeira etapa, para 3,1% (2,8 a 4,4%), na segunda, e alcançaram 3,8% (3,5% a 4,2%), na última etapa. Nesse mesmo intervalo de tempo, o distanciamento social (percentual de pessoas que ficaram em quarentena em casa) caiu de 23,1% para 18,9% dos entrevistados.

Desigualdade
A pesquisa identificou também diferenças grandes da prevalência da doença entre regiões brasileiras, grupos étnicos e socioeconômicos. Na reigão Norte, segundo o estudo, 10% da população, em média, têm ou já teve covid-19; no Sul, esse percentual está em torno de 1%. Os 20% mais pobres apresentaram o dobro do risco de infecção em comparação aos 20% mais ricos. O grupo mais vulnerável, os indígenas, tiveram risco de infecção cinco vezes maior do que os brancos.

“Mostramos que os pobres e os indígenas são os grupos mais vulneráveis, que requerem ainda mais atenção de políticas de saúde pública”, disse Hallal.

A pesquisa apontou ainda que as crianças têm a mesma chance de se infectar com o novo coronavírus do que uma pessoa adulta.

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