Longe do sentido figurado, onde pode representar esperança ou paixão, a chama que arde sem cessar no Centro-Oeste do país tem levado só destruição para o pantanal.
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Com alta de 206% na comparação com o ano passado, o número de queimadas no bioma explodiu em 2020 e já é o maior da série histórica do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), iniciada há 22 anos.
De janeiro até aqui, 4,1 mil focos de incêndio já foram registrados. Até então, o recorde era de 2009, com 2,5 mil focos no mesmo período.
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A cidade que mais arde é Corumbá (MS), que é considerada a capital do pantanal e já contou 2,6 mil incêndios – três vezes mais do que Poconé (MT), em segundo lugar.
A Polícia Militar Ambiental do Mato Grosso do Sul afirmou que “quase 100% dos incêndios registrados e que causam transtornos ambientais e à saúde são de origem humana e criminosa”.
As chamas têm se espalhado com mais rapidez nesse momento em função da estiagem, que deixa a vegetação seca – e que deve se prolongar até setembro.
O trabalho das brigadas também é prejudicado pela falta de estradas de acesso e, em alguns pontos, também de pistas de pousos, que permitiriam o combate aéreo.
Os governos têm recebido apoio dos ministério da Defesa e do Meio Ambiente, que criaram força-tarefa com equipes aéreas e terrestres.
“O pantanal está passando por período de seca maior do que nos anos anteriores e choveu só metade do previsto. O nível dos rios baixaram e áreas que estariam inundadas estão secas. Além disso, há o uso indiscriminado do fogo, que serve para gestão da terra e das pastagens, mas que nem sempre é autorizado ou monitorado pelo governo”, disse o gerente das áreas de Cerrado e Pantanal do WWF-Brasil, Júlio Sampaio.
E nem é preciso estar perto do fogo para sofrer seus efeitos. A fumaça viaja pelo ar e já chegou em cidades distantes até 100 km dos focos, como Cuiabá (MT). O mal causado para o sistema respiratório tem preocupado as autoridades por conta da pandemia do novo coronavírus.