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Mais paulistanos ficaram sem moradia durante pandemia, diz Prefeitura

A Prefeitura admitiu, nesta segunda-feira (20), o aumento do número de pessoas em situação de rua vivendo no centro de São Paulo. Além de buscar grupos de doação de alimentos, muitos vão para essa região porque já não têm onde viver nesse período de pandemia. As informações são da Ana Paula Rodrigues, da Rádio Bandeirantes.

Há algumas semanas, a Thaíssa não tem mais casa. Agora vive com o marido em uma barraca de plástico embaixo do Minhocão, no centro. “Tive que ir para calçada. Sou formada cabeleireira e maquiadora e estou ficando aqui, me virando da forma mais digna que eu posso”, disse.

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Recém-chegada a essa calçada, Thaissa e o marido dormem ao lado de Mariane, que já não tem casa há 2 anos. “Não tenho ninguém para me ajuda”, contou. É fácil de notar que a concentração de pessoas nas calçadas na mesma situação é cada vez maior.

Na Praça Ramos de Azevedo, por exemplo, a reportagem observou toda a extensão da calçada da lateral do Theatro Municipal até a Rua Xavier de Toledo ocupada por uma longa fila de barracas entregues por equipes de trabalhos sociais para, pelo menos, proteger essas pessoas do vento e da chuva.

As escadarias do Theatro também estavam ocupadas. Havia até uma pessoa oferecendo, por alguns trocados, doses de pinga a quem estava ali ao relento.

No meio desse cenário encontramos o Fernando da Silva, responsável por uma ONG que distribui alimentos no local 4 vezes por semana desde o começo da pandemia.

Ele conta que reparou no aumento das pessoas que atende e às vezes ele e os ajudantes do Projeto Life levam 500 marmitas e que ainda falta comida.

“Às vezes nós íamos com 300 e com elas conseguíamos fazer todos os locais e hoje com 500 falta marmita. O que a gente percebeu é que tem muita família que até tem onde morar, mas vão ali para o centro para se alimentar”, disse Fernando.

Autoridades
A prefeitura confirma há mais moradores de rua no centro agora do que antes da pandemia. A Secretária de Assistência Social Berenice Gianella fala que ainda não há um levantamento que quantifique esse aumento. Mas há duas explicações para essa concentração na região central.

“Você tem relatos de pessoas que moravam em quartos alugados, que perderam a renda e vieram para rua e tem a questão que é o fato da distribuição de alimentos e os chuveiros e banheiros disponibilizados aqui no centro, mas de fato tem mais gente na rua”, afirmou a secretária.

O último censo feito pela prefeitura indicou mais de 24 mil e 300 moradores de rua, um aumento de 53% em 5 anos.

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