Uma fala da chefe do programa de Emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria van Kerkhove, gerou confusão entre a comunidade científica e o público geral entre segunda (8) e terça-feira (9). Uma afirmação de que a transmissão do novo coronavírus por pessoas assintomáticas seria «rara» foi utilizada para questionar o isolamento social e defender a reabertura dos Estados.
No entanto, a situação não é essa, como logo explicaram cientistas como Ashish K. Jha, diretor do Instituto de Saúde Global da Universidade de Harvard, e o biólogo especialista em vírus, Átila Iamarino. Em coletiva de imprensa, a mesma representante da OMS esclareceu sua fala anterior. [
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«A maior parte das transmissões que conhecemos ocorre por pessoas com sintomas e que transmitem o vírus por meio de gotículas infectadas. Mas, há um subconjunto de pessoas que não desenvolvem sintomas», explicou Maria van Kerkhove, referindo-se às pessoas assintomáticas.
Algumas estimativas, citadas por Kerkhove, indicam que entre 6% e 41% dos infectados pelo vírus não desenvolvem sintomas em momento algum da doença. No entanto, há quem desenvolva tais sinais até semanas após ter se contagiado, devido a um período de «incubação» do vírus. Estes são os pré-sintomáticos, e por conta deles as medidas de isolamento social continuam sendo extremamente necessárias.
Isto porque, no período de incubação, muitos nem suspeitam que tenham se infectado, e podem sentir-se aptos para sair, passear e trabalhar normalmente. Estas pessoas, mesmo sem sentir-se doentes, podem contagiar outros ao redor.
Mike Ryan, diretor de Emergências da OMS, finalizou: «»Estamos absolutamente convencidos de que a transmissão por casos assintomáticos ocorre e está ocorrendo. A questão é saber quanto tempo isso leva».