Uma das mais promissoras vacinas contra coronavírus terá fase de testes no Brasil. Sob coordenação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um estudo clínico da substância envolverá pelo menos 2 mil brasileiros a partir de junho.
ANÚNCIO
Nomeada ChAdOx1 nCoV-19, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, chega em São Paulo já na fase 3 de estudo clínico. O objetivo é ampliar a pesquisa para além do Reino Unido, que se encontra em diferente fase da pandemia.
LEIA MAIS:
São Paulo tem 8.561 mortes por covid-19; veja balanço de quinta
Estado de São Paulo tem R$ 270 milhões em obras paradas na Saúde
Recomendados
Finalmente! Após uma longa espera, estas quatro séries da Netflix vão estrear novas temporadas
PM vira réu por morte de idosa com tiro de fuzil no Morro do Turano (RJ)
Operação da PF encontra documentos falsos para compra de armas de fogo
Os testes desenvolvidos no Brasil deverão avaliar, principalmente, a eficácia da imunização em seres humanos. A partir da segunda ou terceira semana deste mês, cerca de dois mil adultos entre 18 e 55 anos receberão uma dose única da vacina.
A partir daí, estes pacientes serão acompanhados «muito de perto» por pelo menos 12 meses, como explica a professora Lily Yin Weckx, coordenadora do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Unifesp.
A vacina se baseia em um adenovírus de chimpanzés contendo a proteína spike, usada pelo Sars-CoV-2 para agredir as células humanas. «Em vez de levar o coronavírus inteiro, você leva aquilo que interessa para provocar a resposta imune», diz a coordenadora do Crie-Unifesp.
Em entrevista à Ansa, agência italiana de notícias, a médica explicou que o estudo deve priorizar profissionais de saúde ou pessoas «com risco aumentado de exposição à Covid», como funcionários de limpeza e seguranças de hospitais ou motoristas de ambulâncias.
O estudo vai começar em São Paulo e, em seguida, deve se expandir para outras cidades brasileiras. A Unifesp foi escolhida em maio, após contato com a professora Sue Ann Costa Clemens, chefe do Instituto de Saúde Global da Universidade de Siena, na Itália.
«O Brasil é um país com grande circulação do coronavírus. É um lugar adequado para fazer estudos clínicos, por isso que veio para o Brasil. Nós estamos em uma explosão de casos, é uma população grande, então é um local identificado como adequado para conduzir essa fase do estudo», diz Weckx.