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Após participar de ato por intervenção militar, Bolsonaro defende ‘democracia e liberdade’

Bolsonaro fala com apoiadores em protesto a favor de intervenção militar Pedro Ladeira/FolhaPress

Após ser alvo de fortes críticas por sua participação em um ato que defendia uma nova intervenção militar no País, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (20) que é contra o fim da democracia. «No que depender do presidente Jair Bolsonaro, democracia e liberdade acima de tudo», afirmou ao deixar o Palácio da Alvorada pela manhã.

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Neste domingo (19), em cima da caçamba de uma caminhonete, diante do quartel-general do Exército e se dirigindo a uma aglomeração de apoiadores pró-intervenção militar no Brasil, Bolsonaro afirmou que «acabou a época da patifaria» e gritou palavras de ordem como «agora é o povo no poder» e «não queremos negociar nada».

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«Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil», declarou o presidente neste domingo, que participou pelo segundo dia seguido de manifestação em Brasília, provocando aglomerações em meio à pandemia do coronavírus. «Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.»

Já nesta segunda-feira, o presidente procurou mudar o tom. «Peguem o meu discurso. Não falei nada contra qualquer outro Poder. Muito pelo contrário. Queremos voltar ao trabalho, o povo quer isso. Estavam lá saudando o Exército brasileiro. É isso, mais nada. Fora isso é invencionice, tentativa de incendiar a nação que ainda está dentro da normalidade», disse Bolsonaro pela manhã em «live» transmitida por suas redes sociais.

Além de defender o governo e clamar por intervenção militar e um novo AI-5 – o mais radical ato institucional da ditadura militar (1964-1985), que abriu caminho para o recrudescimento da repressão – os manifestantes aglomerados em frente ao quartel-general do Exército neste domingo defenderam o fechamento do STF  (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso Nacional.

Segundo o presidente, a pauta do ato que teve sua participação era apenas «povo na rua, dia do Exército e volta ao trabalho». Confrontado com o fato de que os manifestantes também pediam a volta do AI-5, afirmou que «pedem desde 1968».

«Todo e qualquer movimento tem infiltrados, tem gente que tem a sua liberdade de expressão. Respeitem a liberdade de expressão», afirmou.

Bolsonaro disse ainda que respeita o STF e o Congresso Nacional e negou ter atacado os Poderes públicos ontem. «Não vou pecar por omissão. Respeito o Supremo Tribunal Federal, respeito o Congresso, mas eu tenho minha opinião. Não pode qualquer palavra minha ser interpretada por alguns aí como agressão, como ofensa», declarou.

«A mesma manchete (dos jornais) combinados. Não queremos negociar, vírgula, e depois não falou nada do que falei tentando levar a opinião pública para o lado que eu quero retrocesso. O pessoal geralmente conspira para chegar ao poder, eu já to no poder, eu já sou o presidente da República», disse nesta manhã.

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