A secretária Dayane Aparecida dos Santos, 32, perdeu o emprego há três anos e teve que fazer uma escolha difícil. Com dívidas em 16 cartões de crédito, a maior parte de lojas, ela decidiu continuar pagando a mensalidade da escola do filho e acabou entrando para lista de inadimplentes.
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“Eu tinha salário alto e contas altas”, diz Dayane, que passou a depender do seguro desemprego e do marido.
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Segundo um levantamento realizado pela Recovery, empresa de recuperação de crédito, com 2451 mil consumidores, o desemprego foi a principal razão que levou os brasileiros a atrasarem as contas entre janeiro e abril de 2019. No mesmo período de 2017, a perda de emprego era citada por apenas 4% como causa das dívidas; em 2019 o percentual subiu para 26%.
O descontrole financeiro está em segundo lugar e é responsável por 23% dos casos de inadimplência, mostra a pesquisa.
“Negociar é o melhor caminho. Entre em contato com seus credores para negociar suas dívidas e ficar livre dos juros”, afirma Marcela Gaiato Martins, head de cobrança da Recovery.
Antes disso, no entanto, Marcela recomenda que o consumidor faça avaliação do orçamento para saber para onde o salário está indo e onde é possível cortar gastos.
Também é importante o consumidor saber o quanto está devendo, para quem está devendo e desde quando existe o atraso. “Isso faz toda a diferença para entender qual a melhor forma de quitar tudo”, diz a executiva.
Ela recomenda ainda que o consumidor procure negociar à vista para ter mais desconto. “Lembre-se: quando perceber que não vai dar para pagar uma dívida na condição apresentada tente negociar o débito com a instituição antes que seu nome seja negativado”, afirma.
Foi o que fez Dayane, que há três meses toca um pequeno negócio aberto pelo marido. Ela conta que chegava a negociar a dívida, mas não conseguia cumprir o acordo. Mas, no ano passado, conseguiu fechar três acordos que totalizavam cerca de R$ 10 mil, com desconto de 90%. “Estou conseguindo quitar agora. Faltam de três a quatro parcelas!”, diz.
Marcela alerta que o consumidor que conseguiu sair da lista de inadimplentes não deve cair “na tentação do nome limpo”. A orientação é continuar anotando seus gastos e comprar apenas o que é realmente necessário.