O Ministério da Educação anunciou por meio de nota Alexandre Ribeiro Pereira Lopes como novo presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão responsável pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A nomeação deve ser formalizada no Diário Oficial da União da próxima segunda-feira, dia 20.
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Atualmente, Lopes é diretor legislativo do Ministério da Casa Civil, onde trabalhou com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, no período em que ele foi secretário executivo da pasta.
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Segundo o MEC, Lopes é servidor público da carreira desde 1999 e já atuou como secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização e subsecretário de Políticas Públicas do Governo do Distrito Federal. Ele é formado em engenharia química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em direito pela Universidade de Brasília (UnB).
Esta é a terceira troca no comando do Inep desde o início do ano Lopes assumirá após o delegado Elmer Coelho Vicenzi pedir para deixar o cargo, após menos de um mês na função.
Conflitos internos
Segundo a reportagem apurou, Vicenzi estava em meio a uma disputa com integrantes da procuradoria, a área jurídica do órgão. Ele defendia a divulgação dos dados produzidos pelo Inep, como avaliações e indicadores educacionais A procuradoria é a favor do sigilo dos dados, que envolvem informações de alunos e escolas. Os advogados do Inep ameaçaram pedir demissão, caso houvesse política de divulgação dos dados.
Vicenzi chegou a solicitar a liberação dos dados ao vice-procurador, que se negou a atender ao pedido porque a procuradora-chefe estava de férias. Após a recusa, Vicenzi quis demitir o funcionário. Hoje, as informações não são passadas ao público individualmente, mas por escola, cidade ou Estado. Os nomes dos alunos são protegidos. O Inep faz, por exemplo, censos educacionais, que recolhem dados de todos os estudantes.
Ex-delegado da Polícia Federal, Vicenzi assumiu após a demissão de Marcus Vinicius Rodrigues, que caiu por acabar com a avaliação de alfabetização. Oficialmente, o MEC informou que ele teria pedido demissão. Mas, segundo a reportagem apurou, o ministro Abraham Weintraub defenderia a mesma posição de Vicenzi sobre os dados. Não conseguiu, no entanto, mantê-lo, diante da pressão.
Havia divergências também sobre o Enem, cujas inscrições acabam hoje e já passaram de 5 milhões. É a primeira baixa do MEC sob Weintraub. A pasta ficou marcada por uma série de demissões quando Ricardo Vélez Rodríguez era o ministro.
Vicenzi elogiava a forma atual do Enem e inutilizou o relatório de uma comissão formada na gestão anterior para analisar a «adequação» das questões. A ideia, considerada uma censura, era a de que o grupo identificasse questões com «teor ofensivo». Ele chegou a declarar que os itens (perguntas da prova) são bens públicos e não poderiam ser jogados fora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.