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MEC recua sobre avaliação de alfabetização de crianças

Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Em uma pasta paralisada por disputas políticas, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, voltou novamente atrás e desistiu  de adiar para 2021 a avaliação de alfabetização de crianças.  Ele alegou não ter sido informado da medida e pediu, a Jair Bolsonaro, a demissão do presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Marcus Vinícius Rodrigues – responsável por editar a portaria.

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A saída de Rodrigues se soma ao pedido de demissão da secretária de Educação Básica, Tania Leme de Almeida, que resolveu, ontem, se desligar da pasta  após não ter sido consultada sobre a decisão de suspender a avaliação de alfabetização. Carvalho é a quarta baixa no alto escalão do MEC.

O novo presidente do Inep deve ser o general Francisco Mamede de Brito Filho. O órgão é responsável, por exemplo, pela organização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Imbróglio

Na segunda-feira, uma portaria do Inep trouxe mudanças no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e suspendeu por dois anos a avaliação de alfabetização no país. A medida, no entanto, gerou reações negativas, culminando na renúncia do MEC.

A justificativa da autarquia para o adiamento era que, até 2021, as escolas de todo o país teriam implantado a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e estariam ajustadas às políticas de alfabetização propostas pela Secretaria de Educação Básica.

Desprestígio

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O recuo confirma o desgaste da figura de Vélez dentro da pasta. Após anunciar dois nomes para o cargo de secretário executivo do MEC – de Rubens Barreto da Silva e da pastora evangélica Iolene Lima – e não emplacar nenhum, o ministro, por ordem do Palácio do Planalto, está proibido de fazer novas nomeações.   

Veja outros recuos do ministro desde janeiro:

Hino.
Após sofrer críticas por solicitar que escolas do país filmassem  os alunos cantando o Hino Nacional, Vélez voltou atrás.

• Livros didáticos.
O MEC publicou edital que permitia, entre outros, a publicidade em livros didáticos. A repercussão negativa fez Vélez anular as mudanças.

Universidade para todos.
Vélez afirmou que “a ideia de universidade para todos não existe”, e que deveria ser restrita à “elite intelectual”. Após o mal-estar, Vélez se retratou.

• Brasileiro canibal.
O ministro disse que “o brasileiro quando viaja é um canibal” por ter costume de pegar objetos em hotéis, por exemplo, mas se desculpou.

Fora esquerda.
Vídeos da TV Ines, vinculada ao MEC, com temas ligados à esquerda foram retirados do ar no fim de janeiro. Hoje, eles estão no site da TV.

• Cazuza.
Vélez atribuiu ao cantor Cazuza uma frase errada. Após desconforto com a mãe do artista, o ministro admitiu o equívoco.

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