O deputado federal eleito pela terceira vez consecutiva, Jean Wyllys, não assumirá o mandato em fevereiro. Nesta quinta-feira (23), o integrante do PSOL publicou em suas redes sociais um anúncio sobre sua saída do país, bem como um agradecimento a seus apoiadores.
Wyllys também publicou na íntegra uma entrevista sua à Folha de S. Paulo, onde esclarece os motivos de sua retirada. Segundo o deputado, desde o assassinato da companheira de partido Marielle Franco, ele vêm sido acompanhado de uma escolta policial diariamente. Além disso, relata ter sofrido ameaças constantes, por sua posição política, as desavenças com o atual presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, e mesmo um grupo de magistrados.
Conta que sentia desejo de deixar a vida pública desde o assassinato de Marielle, mas já sofria ameaças mesmo antes disto. Também relata o que considera um descaso do Estado em protegê-lo das ameaças e violências sofridas por ser homossexual – o Estado, diz, afirmou para a OEA (Organização dos Estados Americanos) que o deputado estava seguro no Brasil, e utilizou sua participação nas eleições como prova disto. No entanto, o político não se sentia seguro.
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Ele ainda coloca como um dos motivos para as ameaças e discursos de ódio que recebia as notícias falsas disseminadas contra sua imagem. Citou uma notícia veiculada por Alexandre Frota, recém eleito deputado, que o acusava de defender a pedofilia.
Wyllys, durante a entrevista à Folha, retomou também alguns casos de violência contra a comunidade LGBT no Brasil, como o recente assassinato de uma travesti em Campinas. Ela teve seu coração retirado pelo culpado, que a chamou de «monstro».
Por fim, o deputado recusou-se a revelar sua atual localização, brincando: «Eu acho que vou até dizer que vou para Cuba». Ele retoma sua carreira como professor e diz ter interesse em concluir um Doutorado.
O bahiano também afirmou que irá distanciar-se das redes sociais e não pretende acompanhar a repercussão de sua decisão.