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Quem são as mulheres que acusam de abuso sexual o indicado de Trump à Suprema Corte

Ao menos três mulheres mencionaram episódios de abuso sexual nos quais o advogado norte-americano Brett Kavanaugh estaria envolvido; uma quarta mulher apresentou denúncia anônima

Na tarde desta sexta-feira, a Comissão Jurídica do Senado dos EUA aprovou a indicação do advogado Brett Kavanaugh, 53 anos, para o cargo de juiz da Suprema Corte dos EUA. Indicado pelo presidente Donald Trump, Kavanaugh recebeu 11 votos favoráveis e 10 contrários à sua indicação.

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Para que Kavanaugh seja confirmado na Suprema Corte, porém, o seu nome precisa ser aprovado pelo plenário do Senado. A votação estava prevista inicialmente para terça-feira, mas será adiada em uma semana a pedido do senador republicano Jeff Flake (Arizona).

Flake, dono de um dos votos decisivos para a aprovação do nome de Kavanaugh na Comissão, pediu mais tempo para que o FBI (equivalente à Polícia Federal nos EUA) possa investigar acusações de abuso sexual feitas contra o escolhido por Trump.

Nas últimas semanas, ele foi acusado de atos de violência sexual por pelo menos três mulheres – uma quarta enviou uma carta anônima, dizendo que sua filha testemunhou um ato de assédio de Kavanaugh contra uma garota com quem ele estava saindo. No sábado, os senadores voltarão a se reunir para decidir sobre o processo de indicação de Kavanaugh.

Quais são as acusações contra Kavanaugh?

A primeira mulher a acusar Kavanaugh de abuso sexual, Christine Blasey Ford, disse que o ataque «alterou drasticamente» sua vida.

Segundo ela, Kavanaugh e um amigo dele, Mark Judge, a trancaram num quarto durante uma festa em Washington, no verão de 1982.

«Não é minha responsabilidade dizer se Kavanaugh pode ou não se tornar juiz da Suprema Corte. Minha responsabilidade é contar a verdade», escreveu ela. Segundo Ford, Kavanaugh, bêbado, tentou remover as roupas dela, a prendeu na cama e a apalpou. Na época, ela tinha 15 anos de idade, e Kavanaugh, 17.

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As declarações fazem parte de um testemunho por escrito divulgado por Christine nesta quinta-feira (27), antes do depoimento dela ao Senado dos EUA. Kavanaugh, que também testemunhou ao Senado, negou veementemente a acusação.

«Tentei me convencer de que, como Brett não tinha me estuprado, eu deveria seguir em frente e fingir que nada tinha acontecido». disse ela.

«Tanto Brett quanto Mark estavam bêbados e rindo durante o ataque», disse ela aos senadores. Kavanaugh teria coberto a boca dela com a mão. «Ficou difícil respirar, eu achei que Brett fosse acabar me matando acidentalmente», disse. Quando Judge pulou na cama, ela finalmente conseguiu se desvencilhar dos dois e fugir do quarto.

O amigo de Kavanaugh, Mark Judge, contestou as declarações dela e disse que não se lembra do episódio.

Além de Christine, há pelo menos outras duas mulheres que acusam Kavanaugh de abuso sexual.

Deborah Ramirez, ex-colega do juiz na Universidade Yale, disse que ele mostrou seu corpo nu a ela, numa festa em um dormitório da instituição, também na década de 1980.

Segundo Ramirez, o ataque aconteceu durante uma brincadeira com bebidas; ela se lembra da cena de Kavanaugh ao lado dela, rindo enquanto levantava as calças. À época do suposto ataque, Kavanaugh era um calouro do curso de Direito.

As alegações de Ramirez, hoje com 53 anos, foram enviadas aos gabinetes de alguns senadores democratas. Ela cursou sociologia e psicologia em Yale, na mesma época de Kavanaugh.

Uma terceira mulher que acusa Kavanaugh é Julie Swetnick, uma moradora de Washington. Em declaração juramentada, ela diz que Kavanaugh esteve envolvido em episódios de uso de drogas e abuso sexual a garotas, durante festas em casas de amigos, nos anos 1980. Ela diz ter sido vítima de um estupro coletivo numa festa em 1982, à qual Kavanaugh estava presente, embora ele próprio não tenha participado do estupro.

Por fim, uma mulher anônima enviou uma carta a um senador republicano do Estado do Colorado, Cory Gardner, afirmando que Kavanaugh «empurrou uma garota com quem estava saindo contra a parede, de forma muito agressiva e muito sexual», em 1998.

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