O imbróglio envolvendo um terreno de 24 mil m² (equivalente a mais de três campos de futebol) no coração do bairro da Consolação (centro) ganhou um final, e o terreno uma finalidade: o parque Augusta foi viabilizado por um acordo fechado entre Prefeitura de São Paulo, Ministério Público e as construtoras Cyrela e Setin, donas da área.
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O terreno entre as ruas Caio Prado e Marquês de Paranaguá, que pertenceu ao antigo Colégio Des Oiseaux, teria como destino abrigar torres residenciais, segundo planos das construtoras. Moradores da região, no entanto, exigiam da prefeitura que a área fosse transformada em parque público, o que demandaria indenizar em algumas dezenas de milhões de reais as empresas.
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O acordo final, no entanto, não deve gerar custos aos cofres municipais: as construtoras serão indenizadas em potencial construtivo – poderão construir além dos limites em outros empreendimentos. Além disso, os termos do acordo definem que as empresas deverão pagar R$ 10 milhões em indenizações, o que as tornará responsáveis por construir o parque, um boulevard na rua Gravataí que ligará a área à praça Roosevelt, além de fazer a manutenção do parque Augusta por dois anos. Tudo deve estar concluído até o primeiro semestre de 2020.
“Foi o melhor acordo possível, a cidade ganha com isso”, comemorou o advogado Daniel Biral, 38 anos, que participa do movimento Parque Augusta sem Prédios. A solução também foi comemorada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), que assinou o acordo. “Demonstramos que é possível acreditar no diálogo”, disse.