A divulgação antes do previsto da alta de R$ 3,80 para R$ 4 nas tarifas do ônibus, metrô e trem em 2018 irritou o Palácio dos Bandeirantes e voltou a provocar atritos entre as equipes do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do seu afilhado político, o prefeito João Doria. Com o prefeito e o vice, Bruno Covas, também do PSDB, viajando de férias, coube a Alckmin, e apenas a ele, ser questionado, nesta quinta-feira, 28, sobre o reajuste de 5,26% nas passagens para 2018.
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Pela manhã, o governador chegou até a negar que já houvesse algo definido. «Essa decisão ainda não foi tomada. Será tomada por EMTU, Metrô, CPTM e Prefeitura de São Paulo. Eles ainda estão terminando os números, vamos aguardar um pouco», disse Alckmin, durante agenda em Sorocaba, no interior do Estado. Em seguida, afirmou que o reajuste, «quando ocorrer», seria menor que do que a inflação dos últimos dois anos – período em que a tarifa unitária ficou congelada.
A viagem de Doria e Covas ainda fez com que, na ausência dos dois, coubesse ao presidente da Câmara Municipal da capital, Milton Leite (DEM), prefeito em exercício, aprovar o envio do ofício que informa ao Legislativo os valores da nova planilha tarifária. Para evitar tantas trocas de papéis, o Palácio dos Bandeirantes chegou a cogitar adiar o anúncio, mas o vazamento da informação na quarta-feira, 27, para o portal G1, fez com que a ideia fosse descartada. Com a notícia publicada, Alckmin teve de tratar do assunto com Milton Leite e ambos decidiram então soltar notas oficiais.
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O bilhete unitário teve um reajuste de 5,26%, porcentual abaixo da inflação acumulada desde o último reajuste, em janeiro de 2016. Mas o bilhete único mensal integrado teve índice de aumento menor, de 2,3%, de R$ 300 para R$ 307, e volta a ficar mais competitivo do que a tarifa comum. Ele dá direito a até dez viagens por dia, durante 31 dias.
As mudanças começam a valer a partir do dia 7 de janeiro. Neste ano, Alckmin já havia aceitado congelar as tarifas do Metrô e da CPTM para acompanhar a promessa de campanha de Doria.
Protesto
O Movimento Passe Livre (MPL) já marcou protesto contra o aumento para o dia 11 de janeiro. «Com os aumentos, vamos evitar que a verba para as gratuidades cresça neste ano», disse o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado, Clodoaldo Pelissioni. O Estado arca com R$ 2 bilhões em passagens gratuitas todo ano. O subsídio dos ônibus pela Prefeitura é de R$ 2,1 bilhões.