Além de ter um lugar saudável e confortável para morar, a principal motivação para o brasileiro limpar a casa é receber bem a família, os amigos e impressionar os vizinhos, indica uma pesquisa feita em mais de 12 mil domicílios de quatro países.
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Franceses também costumam deixar tudo em ordem para receber, embora influenciados por objetivos profissionais, aponta o levantamento, feito pela multinacional Kärcher. Os russos são pragmáticos: após o inverno, procuram limpar a casa de maneira prática para aproveitarem os dias mais quentes. Japoneses, por sua vez, querem uma limpeza meticulosa e se entusiasmam com novidades tecnológicas para tarefas domésticas.
«Uma das características do ser brasileiro é essa receptividade, esse desejo de acolher, fazer o contato com o outro. Você observa a diferença disso nos supermercados de qualquer lugar do mundo e aqui no Brasil, onde tem uma interação muito maior na fila [para pagar]: as pessoas conversam, comentam, reclamam», diz o professor Hélio Deliberador, do departamento de Psicologia Social da PUC-SP. «O brasileiro tem esta característica, que faz com que ele abra a sua casa para receber.»
Dados do aplicativo Diaríssima, que conecta contratantes e prestadores de serviços domésticos, mostram que o dia com maior volume de negócios em São Paulo é justamente o que antecede o final de semana, quando as pessoas têm mais tempo para ficarem com os entes queridos e descansarem. Segundo a empresa, 19% dos negócios realizados na maior cidade do Brasil acontecem na sexta-feira.
«As pessoas saem cedo e voltam tarde, mal têm tempo para aproveitar a casa. No fim de semana, então, é natural desejar um ambiente arrumadinho para relaxar», diz Reinaldo Silva, CEO da empresa.
A casa, desde que era apenas uma caverna, sempre foi o lugar em que os seres humanos se abrigaram deintempéries e outros perigos. Atualmente essa função protetiva permanece fundamental, inclusive para manter as relações sociais, o que explica o cuidado do brasileiro ao receber os outros.
«A preocupação é sempre com o sentido de bem acolher, confraternizar, ter uma experiência de contatos amistosos numa vida tão difícil, muito marcada pela luta cotidiana, de violência e de impessoalidade. Num tempo de redes sociais e de contato sem ser face a face, sempre há necessidade de relações mais pessoais», completa o psicólogo Hélio Deliberador.
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