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Santo André encerra programa que reunia atividade física e lazer

O Caminhando para a Saúde, programa de prática corporal aliado a atividades de lazer no cotidiano dos usuários das 33 unidades da rede de atenção básica de Santo André, na Grande São Paulo, não existe mais na cidade. A atual gestão do prefeito Paulinho Serra (PSDB) optou em não dar continuidade à ação de promoção e prevenção de saúde que começou ainda na gestão Aidan Ravin (hoje PSB) e foi repaginada na administração do ex-prefeito Carlos Grana (PT).

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A Prefeitura justifica que o programa foi substituído por “projetos mais baratos e com mais eficiência” da Secretaria de Esporte e Prática Esportiva, em parceria com a Saúde. O que é contestado por ex-participantes – a maioria da terceira idade.

“Foi uma pena ter acabado o programa, que tinha trabalho diferenciado para a terceira idade. Não adianta colocar a gente para usar os aparelhos de ginástica nas praças, com educadores. Os exercícios de alongamento são fundamentais. Sem falar que a gente tinha avaliações, de tempo em tempo, de glicemia e pressão arterial na unidade de saúde, além da professora medir nossa cintura e peso”, conta a aposentada Cristina Dias, 60 anos, moradora no Jardim Alvorada.

Opinião compartilhada  pela dona de casa Maria de Lourdes de Paula, 63 anos, da Vila Linda. “Nossa, fiquei muito triste. Fazia um bem demais. A médica falava para eu não parar. Melhorei em 90% meus problemas de artrite reumática”, diz Maria, ao acrescentar os passeios gratuitos que fazia pelo programa.

Atualmente, Cristina e Maria de Lourdes integram turmas distintas com a professora de educação física Clarice Beltrame, que era uma dos 17 educadores físicos contratados pelo programa da prefeitura. “Meu trabalho hoje é voluntário, sem receber nada por isso ou qualquer aparato da Administração. Faço por amor à profissão e aos meus ex-alunos”, diz – as aulas ocorrem semanalmente em associação de bairro na Vila Linda.

No lugar do Caminhando para a Saúde, segundo a prefeitura, entraram os programas: Pé no Parque, De Bem com a Vida, Inverno/Verão e Instituto Esporte e Educação – todos gratuitos e espalhados por parques e praças. 

Prefeitura alega contrato irregular

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A rescisão contratual com a empresa que fazia a gestão do Caminhando para a Saúde ocorreu em fevereiro. A prefeitura diz que a medida foi tomada porque apenas seis educadores atuavam em 13 unidades de saúde.

    O contrato previa 17 educadores físicos para atuação nas 33 unidades da rede básica. Sebastião Neves, que coordenava o programa, confirmou atraso no repasse do pagamento à gestora, o que implicou na diminuição. “Mas substituir ação de promoção de saúde por ação exclusiva de esporte não se justifica”, apontou Neves.

Confira alguns projetos que ficaram no lugar do Caminhando para a Saúde:

De bem com a vida – oferece orientações nas academias ao ar livre, além de aulas de ginástica funcional. Terças e quintas-feiras, das 7h às 10h, na praça Waldemar Soares; praça Cristo Operário. praça Áurea e praça das Crianças, de quartas e sextas, das 7h às 10h, em outras praças – Kennedy, Olga Benaro , entre outras.

Pé no Parque – leva aos parques educadores para orientação da atividade física. De segunda a sexta-feira, das 7h às 9h, e das 17h30 às 19h30 ,no Parque Antonio Fláquer, na Chácara Pignatari, no Parque Central e no Parque da Juventude.

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