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Operação Barão Gatuno mira grupo de Cunha no Rio e em São Paulo

reprodução/band

Agentes da Polícia Civil passaram a manhã desta quinta-feira na sede de Furnas, em Botafogo, e em outros endereços, como a residência do ex-diretor da companhia Dimas Toledo. A operação Barão Gatuno é o primeiro desdobramento da Lava Jato  conduzido por uma polícia estadual e mira o grupo do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba.

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A investigação começou a partir da delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, que denunciou um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro em Furnas. Ao todo, 25 mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Rio e outros oito em São Paulo. Ninguém foi preso.

O objetivo, segundo a polícia, era colher provas. “Se houve esse desvio, qual o valor? Quem são os beneficiários desse desvio?”, questiona o delegado Gilberto Ribeiro.

O esquema envolve a compra de ações da Hidrelétrica Serra do Facão, em Goiás. Furnas, que já detinha 49,9% dos papéis, comprou o restante da participação da empresa Serra Carioca II em 2008. Desembolsou R$ 80 milhões pelas ações da hidrelétrica que, menos de seis meses antes, a Serra Carioca havia comprado por R$ 7 milhões.

A operação só foi possível porque uma medida provisória, que teve o então deputado Eduardo Cunha como relator, autorizou as empresas do Grupo Eletrobras a serem donas de mais da metade de companhias privadas do setor elétrico. Além de Cunha, o esquema teria beneficiado o operador financeiro Lúcio Funaro, que também está preso em Curitiba.

“Seria uma medida provisória de encomenda a partir do momento que atenderia uma sociedade que eles, apontadamente, gostariam que tivesse um favorecimento, pela alteração legislativa operada”, explicou a delegada Ana Paula Costa.

O caso ficou a cargo da Justiça estadual porque os envolvidos não têm foro privilegiado e Furnas é uma empresa de economia mista.

Em comunicado ao mercado, a Eletrobras, da qual Furnas é subsidiária, disse que contratou um escritório “para promover uma investigação interna independente com o objetivo de avaliar a existência de potenciais irregularidades” e enfatiza que “é a principal interessada na elucidação de todos os fatos.”  

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