O número de mulheres presas no Estado de São Paulo subiu 90% em uma década, segundo levantamento feito pela SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) a pedido do Metro Jornal.
De acordo com os dados, o sistema carcerário feminino no estado contava com 6.531 internas em 2007. Esse número chegou a 12.438 este ano.
As unidades prisionais da região, Campinas, Mogi Guaçu e Piracicaba – têm capacidade para 1.427 detentas, mas abrigam 1.710.
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O tráfico de drogas é, disparado, o crime mais cometido pelas mulheres. Ao longo do ano passado, 8.434 delas foram presas depois de cometer esse tipo de crime. Muito acima, por exemplo de roubo (1,5 mil) e furto (832), que aparecem logo abaixo no ranking da criminalidade.
O delegado Oswaldo Diez, que por 3,5 anos comandou a Delegacia de Entorpecentes de Campinas, diz que o papel das mulheres no tráfico de drogas mudou nos últimos anos.
Segundo ele, muitas mulheres começaram a ganhar importância nas organizações ao substituir os maridos ou companheiros.
“Hoje, muitas das mulheres estão no comando de ações de tráfico”, diz ele. “É cada vez mais comum, a gente identificar uma função gerencial. Ela não é apenas uma companheira. Agora ele já é sócia”, acrescenta.
O número de presas pelo crime de organização criminosa saltou de 62 em 2015 para 87 ano passado. O de sequestro subiu de 145 para 160 no mesmo período.
O número de presas por homicídio também cresceu: de 649 em 2015, para 673 ano passado.
Com o aumento explosivo na população feminina, o governo investiu R$ 265 milhões nos últimos seis anos, na construção de cinco unidades prisionais para atender à essa nova demanda, com especificidades do atendimento a uma mulher.
A secretaria diz que a medida é inédita, já que as unidades mais antigas funcionam em prédios masculinos adaptados.
A última delas foi inaugurada em março deste ano, em Votorantim, e possui pavilhões com área específica para amamentação, além de pátio descoberto com palco multiuso (por pavilhão), áreas de convivência e visita, com playground, praça de areia e salas para atividades educativas de reeducandas com os filhos: brinquedoteca, videoteca e oficina cultural.