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Dívida com empresas de ônibus cresce R$ 81 milhões na gestão Doria

Rovena Rosa/Agência Brasil

A dívida da Prefeitura de São Paulo com as empresas que operam os ônibus da capital tem crescido na gestão João Doria (PSDB). Segundo a atualização mais recente das planilhas da SPTrans – empresa municipal que gerencia o sistema –, do último dia 10, o saldo devedor é de R$ 324,1 milhões.

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O débito atual é R$ 81,6 milhões maior do que em dezembro do ano passado, quando o então prefeito Fernando Haddad (PT) deixou a prefeitura devendo R$ 242,5 milhões para as viações.

As dívidas são referentes à operação do sistema. Por contrato, as empresas prestam o serviço e devem ser remuneradas cinco dias depois pela prefeitura. As 1.364 linhas da capital transportam 8,4 milhões de passageiros por dia (na média do mês de março).

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Presidente da SPUrbanuss (sindicado que representa as empresas concessionárias), Francisco Christovam afirmou que a dívida “começou no ano passado” e que negocia com a nova gestão desde a primeira semana, mas que ainda não há acordo. “Mostramos as necessidades das empresas e as dificuldades impostas pela dívida, que atrapalham desde a obtenção de crédito no banco até o pagamento de fornecedores.”

Segundo o presidente, a dívida também afeta as negociações com os trabalhadores durante a campanha salarial, como ocorre agora na capital. Sem acordo, os motoristas e cobradores prometem paralisar os ônibus amanhã entre 14h e 17h (leia mais abaixo).

A dificuldade da prefeitura para fechar as contas passa pela decisão de congelar a tarifa em R$ 3,80, o que ‘freou’ a chance de ampliar a arrecadação em um cenário de contenção de gastos.

Além da dívida, há o subsídio, que é o valor pago pelo governo para cobrir parte das gratuidades e integrações. O Orçamento deste ano reserva R$ 1,8 bilhão para a despesa, mas projeções do próprio governo apontam que o custo deve bater os R$ 3 bilhões.

Em nota, a gestão Doria informou que além do débito deixado pelo governo passado, assumiu com resto a pagar de R$ 135 milhões para as operadoras. A SPTrans garantiu que já entrou em acordo com as empresas para fazer os pagamentos entre fevereiro e novembro do ano que vem.

A reportagem não localizou representante das empresas permissionárias (antigas cooperativas, que também operam o serviço) para comentar a dívida.

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