![](https://www.metroworldnews.com.br/resizer/v2/FXGID3SKBZAKRB7U24RSIPLJNQ.jpg?auth=7097bcd6bc04573a27a9b17c53da93333561ccfc48954940130048a5c5c0c17b&width=800&height=503)
Futura secretária de Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine defendeu o uso de substâncias da maconha para atenuar os efeitos da abstinência em viciados em crack.
ANÚNCIO
A declaração foi dada nesta quinta-feira durante anúncio oficial de Soninha e de outros sete nomes que irão compor o secretariado do prefeito eleito, João Doria (PSDB).
“Defendo usar canabinóides como forma de reduzir os efeitos do sofrimento da abstinência do uso de crack. Pesquisas científicas em universidade federais e o núcleo de política sobre drogas dos EUA admitem que isso é possível”, afirmou a vereadora eleita pelo PPS, que abrirá mão da Câmara para ser secretária.
Soninha enfatizou que a proposta não é “fumar maconha para largar o crack”, mas utilizar uma das substâncias da erva – já aceita para tratar diversas doenças – como forma de minimizar o “sofrimento” daqueles que estão abandonando o vício.
“Hoje em dia estamos muitos mais abertos a discutir essa possibilidade do que estávamos há 20, 30 anos. Eu vou levar ao prefeito eleito (Doria) e ao futuro secretário de Saúde (Wilson Pollara) essa discussão.”
A futura secretária admitiu que o tema é “super-heterodoxo” e “tem muita resistência” e fez comparação com outra substância para aliviar a dor. “Alguém aqui é contra usar morfina no tratamento de câncer? Não.”
Há controvérsia
ANÚNCIO
Coordenador do programa Recomeço, do governo do Estado, que oferece tratamento para dependentes na cracolândia, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira criticou com veemência a proposta.
“É um misto de ignorância e irresponsabilidade. Não há nem o que discutir porque não há evidências.”
Segundo Laranjeira, o uso de canabinóides contra o crack ainda é “absolutamente experimental” e as pesquisas oferecem “dados inconstantes” e pouco aprofundados.
O toxicologista do Hospital das Clínicas Anthony Wong afirmou que a “fissuração” do crack tem sido combatida com eficácia comprovada com estimulantes e antidepressivos.
“Abstinência traz angústia, ansiedade, e a maconha pode melhorar essa fase. No entanto, nos usuários de crack, os estudos ainda não mostram que há melhora.”